Chuvas intensas em Porto Alegre causam transtornos em vários bairros

Precipitação de 88 mm em 24 horas supera 60% da média de janeiro.

Por Redação Epoch Times Brasil
02/01/2025 12:35 Atualizado: 02/01/2025 12:35

Porto Alegre registrou fortes chuvas entre a tarde de quarta-feira (1º) e a manhã desta quinta-feira (2), causando transtornos significativos. Foram 88 milímetros de precipitação em 24 horas, o que corresponde a mais de 60% da média histórica de janeiro, de 144 milímetros.

Cinco bairros foram os mais afetados: Centro Histórico, Cidade Baixa, Bom Fim, Floresta e 4º Distrito. Diversas ruas ficaram alagadas, bloqueando a circulação de veículos e pedestres.

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apontou 15 pontos de bloqueio em áreas estratégicas da cidade. A situação complicou a mobilidade urbana e afetou diretamente o transporte público.

No sistema de trens urbanos, a estação São Pedro da Trensurb foi tomada pela água. O incidente resultou no fechamento das estações Mercado e Rodoviária.

Atualmente, os trens estão circulando apenas até a estação Farrapos. A previsão da Trensurb é de que o serviço seja normalizado ainda nesta quinta-feira.

A falta de energia elétrica agravou os problemas em Porto Alegre. Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), as estações de drenagem urbana Ebap 2 (4º Distrito) e Ebap 17 (Centro Histórico) foram prejudicadas.

A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) afirmou que está avaliando os danos causados pelas chuvas. Equipes trabalham para restabelecer o fornecimento, mas ainda não há prazo para a normalização total.

O temporal também afetou eventos oficiais. O Teatro Elis Regina, na Usina do Gasômetro, ficou sem luz, o que levou ao cancelamento do segundo ato da posse do prefeito Sebastião Melo e seus secretários.

O prefeito deslocou-se para a Coordenação de Serviços da Cidade (Ceic), onde acompanha as ações de resposta aos efeitos das chuvas. A solenidade de posse será remarcada.

Alagamentos em 2024

Os moradores de Porto Alegre ainda se lembram das enchentes ocorridas em 2024. Naquele ano, bairros como Navegantes e Humaitá ficaram submersos após chuvas ainda mais intensas.

Em 2024, centenas de pessoas precisaram abandonar suas casas devido aos alagamentos. O impacto foi devastador para muitas comunidades, especialmente nas áreas mais vulneráveis.

A infraestrutura de drenagem de Porto Alegre segue sendo um problema recorrente. Redes pluviais antigas e insuficientes são incapazes de suportar volumes altos de precipitação em curtos períodos.

“A situação ficou similar a um barco furado que está entrando água por todos os lados e você tenta jogar a água para fora com canequinhas. Ia entrando mais água do que era possível tirar”, afirmou o professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Fernando Dornelles ao poder360, ainda durante os alagamentos em 2024.

Enquanto isso, a cidade permanece em alerta. Autoridades e moradores enfrentam os desafios imediatos, enquanto discutem soluções para evitar novos episódios de caos urbano causados pelas chuvas.