Por Diário do Poder
O ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) reagiu no Twitter, com indignação, aos ataques de antecessores no cargo, que, reunidos em um convescote realizado em São Paulo, esta semana, criticaram fortemente sua atuação à frente da diplomacia brasileira, acusando-a de “subserviente” aos Estados Unidos e, sem modéstia, dizem que o chanceler atual “é o por da história”.
“Ex-chanceleres e ex-ministros despeitados decidiram criar o ‘grupo Ricúpero’ para falar mal de nossa política externa”, afirmou Araújo, “que está ajudando o Brasil a se livrar da corrupção, da promoção de ditaduras, ou da letargia medrosa que caracterizam as políticas deles ou dos seus governos.”
Entre os presentes no evento que acusou Araujo de “subserviência” estava, por exemplo, Celso Láfer, ex-chanceler do governo FHC que foi obrigado a tirar os sapatos ao desembarcar para visita oficial a Washington, mas, apesar da humilhação, não fez qualquer queixa à Secretaria de Estado norte-americana.
Ricúpero na Odebrecht: e os escrúpulos?
“O nome do grupo é dado por um de seus membros, Rubens Ricupero, que em 1994, quando Ministro da fazenda, foi flagrado na parabólica confessando-se4 desonesto (‘eu não tenho escrúpulos’) e enganador do povo (‘o que é bom a gente mostra o que é ruim a gente esconde)”, lembrou Ernesto Araújo.
“Além disso”, destacou o atual chanceler, “Ricupero foi membro do Conselho de Administração da Odebrecht de 2004 a 2018, durante o auge dos escândalos de corrupção.”
Ernesto Araújo ainda ironizou: “Será que, como membro do conselho administrador desse ninho de corrupção nacional e internacional, durante 14 anos, Rubens Ricupero aplicou ali os seus elevados princípios morais? Será que teve escrúpulos?”, ironiza o chanceler
Espinha dorsal maleável
Também estava presente no evento Celso Amorim, ex-chanceler do governo Lula, ex-presidente que cumpriu pena de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Foi um dos mais agressivos contra Araújo.
Criticado no “serpentário” do Itamaraty como a “espinha dorsal mais maleável” da carreira diplomática, Amorim se submeteu a Marco Aurélio Top-Top Garcia, assessor de Lula sem qualificação, e ainda fez a política externa brasileira prestar vassalagem a tipos como o ditador venezuelano Hugo Chávez.
O ministro Ernesto Araújo ainda destacou que “o fato de que quatro ex-ministros se juntem num grupo, sob tão indigna inspiração, para atacar a mim, que sou apenas um, muito me honra”, disse ele.
“Dessa laia podem vir quatro, podem vir quarenta, e eu os enfrentarei feliz, fiel ao presidente Jair Bolsonaro e ao povo brasileiro”, finalizou o diplomata