Cesta básica registra aumento em todas as capitais analisadas pelo DIEESE em 2024

São Paulo tem o maior custo, R$ 841,29; alta nos preços de carne, café e óleo de soja pressionam orçamento familiar.

Por Redação Epoch Times Brasil
09/01/2025 19:12 Atualizado: 09/01/2025 19:12

O valor da cesta básica de alimentos registrou aumento em todas as 17 capitais brasileiras onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.

Os dados, divulgados na quarta-feira (8), mostram que João Pessoa (11,91%), Natal (11,02%), São Paulo (10,55%) e Campo Grande (10,41%) lideraram as maiores elevações acumuladas entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. A menor variação foi observada em Porto Alegre, com alta de 2,24%.

Em dezembro de 2024, São Paulo apresentou o maior custo da cesta básica, chegando a R$ 841,29. Florianópolis (R$ 809,46), Porto Alegre (R$ 783,72) e Rio de Janeiro (R$ 779,84) também registraram valores elevados. No outro extremo, Aracaju teve o menor valor, R$ 554,08, seguido por Salvador (R$ 583,89) e Recife (R$ 588,35).

De acordo com o DIEESE, o salário mínimo necessário para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, incluindo alimentação, moradia, saúde, educação e outros, deveria ser de R$ 7.067,68 em dezembro de 2024. Esse valor equivale a 5,01 vezes o salário mínimo em vigor, de R$ 1.412,00.

Em comparação, o mínimo necessário em dezembro de 2023 era de R$ 6.439,62, ou 4,88 vezes o piso vigente na época.

Produtos com alta de preços

Entre os itens que compõem a cesta básica, seis apresentaram aumento de preços em todas as capitais analisadas. São eles: carne bovina de primeira, leite integral, arroz agulhinha, café em pó, banana e óleo de soja.

A valorização do dólar frente ao real e a demanda interna e externa foram os principais fatores para essas altas.

A carne bovina, por exemplo, subiu 27,05% em São Paulo, 29,90% em Campo Grande e 28,06% em Fortaleza. Já o café em pó registrou aumento expressivo, com alta de 31,60% na capital paulista e 62,56% em Belo Horizonte. O óleo de soja também subiu em todas as capitais, com variações entre 22,98% em Vitória e 45,63% em Aracaju.

Outros produtos, como pão francês e manteiga, também tiveram altas significativas na maioria das capitais. O preço médio do pão subiu 8,75% em Campo Grande e 7,34% em São Paulo. Já a manteiga teve aumento de até 12,70% em Vitória.

Queda em alguns itens

Apesar das altas, alguns produtos registraram redução de preços ao longo de 2024. A batata, por exemplo, teve quedas em nove das dez cidades onde é pesquisada, com destaque para Belo Horizonte (-21,91%) e Florianópolis (-20,28%).

Outros itens que apresentaram retração em várias localidades foram o feijão carioquinha e a farinha de mandioca. O tomate, que em 2023 havia registrado elevação, teve redução de até 49,73% em Florianópolis.

Impacto no orçamento familiar

O aumento no custo da cesta básica impactou diretamente o orçamento dos trabalhadores.

Em São Paulo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos subiu para 131 horas e 5 minutos da jornada mensal, maior que o registrado em novembro de 2024. Em relação ao salário mínimo líquido, o comprometimento com a cesta passou de 63,42% em novembro para 64,41% em dezembro de 2024.

Os dados reforçam a pressão inflacionária sobre itens essenciais, especialmente em um contexto de alta demanda e instabilidade climática, que dificultaram a oferta de alguns produtos.