Por Italo Toni Bianchi, Terça Livre
O Movimento Liberta Pernambuco denunciou a invasão e depredação de casas populares que seriam entregues pelo governo federal na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. A denúncia foi feita por Abimael Santos, membro do Movimento Liberta Pernambuco na noite do domingo (17), em uma entrevista ao Jornal da Cidade OnLine.
Abimael conta que a invasão era parte de uma estratégia que tentava minar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro na região, mas que foi frustrada pelo Movimento Liberta Pernambuco através de uma liminar impetrada na justiça determinando a reintegração de posse das moradias invadidas à empresa construtora.
Havia ameaças de depredação caso a determinação para a retirada se cumprisse e foi a partir disso que os vandalismos começaram no local. A população pediu por ajuda, contou Abimael,que esteve presente no local e gravou vídeos.
“Fizemos uma motociata do Nordeste aqui no agreste, quando Bolsonaro veio a uns 40 dias atrás aproximadamente. Coisa de umas semanas antes de o presidente vir, essas casas já estavam sendo sorteadas para as famílias, estavam em fase de acabamento para fazer entrega agora em novembro. Quando foi confirmado que ele vinha a Pernambuco, os Movimentos dos Trabalhadores sem Terra e dos Trabalhadores sem Teto se uniram e invadiram as casas em Santa Cruz do Capibaribe. Isso seis dias antes do Presidente vir e fazermos a motociata para dizer que ele não tinha poder e fazer toda aquela ‘mídia’ contra o presidente. A intenção era que quando ele viesse para cá a polícia fosse retirar eles da casa à força para eles colocarem a culpa em Bolsonaro, dizer que ele expulsou o pessoal das casas, porque justamente onde foi feito esse vandalismos é a cidade em que Bolsonaro pousou para seguir viagem nessa motociata e terminar o percurso em Caruaru”, explicou Abimael.
De acordo com Abimael, os vândalos ainda praticaram atos semelhantes em outra parte da região do agreste pernambucano, tirando de famílias carentes a possibilidade de habitação concedida pelo governo federal e ameaçando, inclusive, represálias contra as prefeituras locais.
Ademais, ele relata que, ao saírem dos imóveis, os criminosos levaram consigo partes das edificações, roubando objetos como portas e caixas d’água, que pudessem ser vendidas em feiras na região.
“Trabalhamos a retirada dessas famílias invasoras juridicamente, entramos com ação na justiça e isso levou um tempo; a motociata aconteceu e então não teve nenhuma repercussão a invasão desse indivíduos. Passado um tempo houve uma liminar, com o juiz exigindo o prazo, salvo engano de 15 dias, dando a reintegração de posse para a empresa que estava construindo as casas para entregar às famílias carentes. Esse fato não foi o primeiro, temos outro em uma cidade aqui perto, onde são mais de 1000 casas invadidas, colocaram terror com pessoas armadas e não deixam ninguém entrar, as famílias ficaram sem o direito de usar essas casas; mas em Santa Cruz entramos na justiça e houve a reintegração de possa. […] O pessoal do movimento disse que se mandasse sair, se expulsasse de lá, iriam quebrar tudo e tocar fogo e, pasmem vocês, disseram que tocariam fogo até na prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe. […] Então, quando deram a reintegração de posse eles saíram, mas antes quebraram as casas todas, isso foi na segunda-feira, quebraram as casas, roubaram as caixas d’água, roubaram as portas de alumínio e botaram para vender no bazar, atearam fogo em várias casas e disseram que iam atear fogo na prefeitura”, contou.
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