Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O ministro Luiz Fux, atual presidente da Suprema Corte brasileira, delegou à ministra Cármen Lúcia a análise da ação do PT sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Em despacho realizado na última sexta-feira (9), o ministro pontuou que o caso não tem urgência suficiente para ser avaliado durante o recesso do Judiciário.
Com a decisão de Fux, uma eventual decisão em torno deste processo só deverá ser analisada em agosto. Mesmo se o gabinete da ministra continuar trabalhando durante o recesso, Cármen Lúcia informou que iria atuar somente em casos que já estavam em andamento antes da suspensão dos trabalhos.
A ação petista assinada pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e pelo deputado federal Rui Falcão (PT-SP) exige que o STF obrigue o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a analisar um dos vários pedidos de impeachment protocolados na Casa contra Bolsonaro.
O pedido dos petistas não seria para abertura imediata de um processo de impeachment, mas, sim, obrigar Lira a examinar se os casos devem ou não ser arquivados.
O analista político Italo Lorenzon, durante o Boletim da Manhã de terça-feira (13), ressaltou que o PT quer, com essa ação, forçar a mão do presidente da Câmara. Arthur Lira, por sua vez, “pode estar querendo guardar uma carta na manga”.
“Eles [PT] querem que ele [Lira] se pronuncie a respeito, porque, se pronunciando a respeito, provavelmente isso trará consequências políticas para ele, e são essas consequências políticas que eles querem forçar nesse jogo aí”, comentou Lorenzon, destacando a importância de se ficar atento a essa “queda de braço” entre Lira e o PT.