Um dia antes da data programada, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações de executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht. A homologação torna juridicamente válidas as delações. Agora, o material será mandado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai fazer uma análise dos documentos e então decidir sobre quais questões pedirá que seja aberta investigação.
Como plantonista do STF no recesso do Judiciário, a ministra Cármen Lúcia decidiu não aguardar a escolha do novo relator da Lava Jato no STF, dando continuidade às diligências de oitiva dos delatores, para que atestassem não terem sofrido coação ao darem seus depoimentos, e para enfim homologar o acordo. Tal decisão foi tomada para não prejudicar o prosseguimento das investigações da Lava Jato, posto que o relator do caso no tribunal, ministro Teori Zavascki, faleceu em um desastre de avião no litoral do Rio de Janeiro.
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A presidente do Supremo trabalhou durante o fim de semana em seu gabinete, empenhada em analisar os acordos de delação e verificar todos os detalhes antes de homologar os depoimentos. O juiz-auxiliar Márcio Schiefler, braço direito do ministro Teori Zavascki, esteve no STF no sábado. Cármen e Schiefler têm estado em contato contínuo desde a morte do ministro. Ele assistiu a ministra no exame das delações.
O Supremo reassume os trabalhos depois do recesso na próxima quarta-feira (1º). Nesta segunda, a ministra vai decidir a pauta de julgamento para a primeira sessão do plenário. A expectativa é de que a decisão sobre quem será o novo relator da Lava Jato aconteça nesta semana, quando o STF volta do recesso.
Uma das probabilidades mais especuladas ultimamente é o sorteio entre os outros atuais ministros da Corte.