Representando a oposição venezuelana, Henrique Capriles condenou a “indiferença” do Brasil com respeito à conjuntura política e econômica de seu país e solicitou que o governo Temer ajude na execução do referendo revogatório que poderá derrubar Nicolás Maduro. Capriles, que é governador do estado de Miranda e por duas vezes se candidatou a presidente, esteve no Paraguai e na Argentina antes de desembarcar no Brasil, onde se reuniu, na tarde nesta terça-feira (14), com o chanceler José Serra.
Ao sair de uma reunião com senadores que dão apoio à oposição na Venezuela, Capriles apelou ao País: “Está na hora, queremos que o governo do Brasil defenda os princípios constitucionais, da democracia. Espero que acabe a indiferença do Brasil, de coração.”
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Ele enfatizou, porém, não querer que o Brasil atue com “ingerência” sobre o país, mas somente que defenda a obediência à Constituição. Capriles receia que a Suprema Corte da Venezuela derrube o referendo que a oposição convocou recolhendo assinaturas da população. Ele se mostrou apreensivo com a crise humanitária vivenciada pelo país, com o desabastecimento de remédios e de alimentos, juntamente com a alta inflacionária.
Depois que Capriles se reuniu com parlamentares, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, declarou que a retirada do ditador comunista bolivariano Nicolás Maduro deve ser apoiada pelo Brasil. Ele sugeriu que o país assuma uma posição na próxima reunião da Organização dos Estados Americanos, de imposição de penalidades contra o presidente venezuelano: “Se mudou o governo do Brasil, é fundamental que mude nossa postura em relação aos vizinhos”.