O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a desaceleração da economia da China, principal parceiro econômico do Brasil, causa preocupação.
Campos Neto falou na abertura da 24ª Conferência Anual Santander e, em seu discurso, destacou que “a incerteza no crescimento da China afeta o Brasil”.
O presidente do BC salientou que o gigante asiático apresenta números de deflação, o que implica em uma “dinâmica ruim” que pode travar o seu crescimento.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e representa atualmente quase um terço do total das exportações do país, com um valor acumulado de US$ 59,64 bilhões entre janeiro e julho, segundo dados oficiais.
Em relação à economia brasileira, Campos Neto destacou que “a batalha contra a inflação não está vencida”, razão pela qual indicou que a política monetária deve continuar a ser restritiva.
Em sua reunião de agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa Selic em meio ponto, de 13,75% para 13,25%, depois de a inflação ter diminuído para 3,99% em termos anuais em julho.
Campos Neto ressaltou que a adoção de medidas de política monetária poderá ser facilitada caso sejam aprovadas as reformas fiscal e tributária, em debate no Congresso, para garantir o aumento da arrecadação.
Além disso, sugeriu a necessidade de corte de gastos públicos e, nesse sentido, mostrou simpatia pela ideia de uma reforma administrativa, como sugeriu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A 24ª Conferência Anual Santander é um fórum de dois dias que reúne entre terça e quarta-feira autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, e líderes empresariais, para discutir as perspectivas econômicas do país.
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