Câmara aprova isenção de impostos para carne: Veja as mudanças tributárias que podem afetar sua vida

A proposta ainda precisa ser revista pelo senado e ir para sanção presidencial.

Por Redação Epoch Times Brasil
11/07/2024 15:18 Atualizado: 11/07/2024 15:18

Parlamentares da oposição aprovaram na Câmara dos Deputados na quarta-feira (10) a isenção de impostos para carnes e concluiu-se a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta a reforma tributária. Entre as principais mudanças estão:

1. Isenção de impostos para carnes:

A inclusão de carnes de origem bovina, suína, caprina e de aves na Cesta Básica, isentou-as de impostos como o Imposto sobre Bens e Serviço (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Produtos como arroz, feijão, leite e ovos também se beneficiam da isenção.

Isso significa que, anteriormente, um quilo de carne que custava R$ 30 poderia ter um imposto de 10%, somando R$ 3 ao preço final. Com a isenção, o preço não tem mais esse acréscimo. 

2. Cashback para famílias de baixa renda:

Trata-se da introdução de um mecanismo que devolve parte dos impostos pagos em compras essenciais como alimentos, energia elétrica, água e gás de cozinha.

Por exemplo, se uma família inscrita no CadÚnico comprar um botijão de gás por R$ 100, e caso o imposto sobre gás é de 10%, a família poderia receber até R$ 10 de volta.

3. Alíquotas diferenciadas – Imposto do pecado:

Produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como refrigerantes, drogas legalizadas (exceção a remédios), bebidas alcoólicas e carros entre outros terão alíquotas mais altas devido ao “Imposto do Pecado”. Este imposto busca desestimular o consumo desses itens.

Isso afetaria por exemplo o maço de cigarros, que antes tinha um imposto de 20% e que agora pode ter um aumento para 30%, para desestimular o consumo.

4. Benefícios para o setor agropecuário:

Fertilizantes, sementes, defensivos agrícolas e outros insumos agrícolas terão benefícios fiscais, reduzindo os custos de produção e incentivando o setor.

Um saco de fertilizante que custava R$ 100 com um imposto de 10% (R$ 10) agora pode custar R$ 95 com alíquota reduzida.

Créditos gerados pela reforma tributária

Na reforma tributária proposta no PLP 68/2024, os créditos tributários são gerados para evitar a cumulatividade de impostos. Funciona assim:

1° – Criação de créditos: Empresas podem acumular créditos fiscais ao pagar impostos sobre insumos e matérias-primas adquiridos para produção.

2° – Uso de créditos: Esses créditos podem ser usados para abater os impostos devidos na venda de produtos finais.

3° – Ajustes e transparência: Há mecanismos de transparência e ajustes para garantir que os créditos sejam utilizados corretamente e as empresas não sejam duplamente tributadas.

Na prática, uma empresa compra insumos por R$ 1.000, pagando R$ 200 de IBS e CBS. Esses R$ 200 são registrados como crédito. Ao vender o produto final por R$ 2.000, com R$ 400 de IBS e CBS devidos, a empresa usa os R$ 200 de crédito para pagar parte desse valor, reduzindo a dívida final para R$ 200.

 

Os exemplos são apenas ilustrativos para facilitar a compreensão. O debate sobre as alíquotas não terminou e elas ainda podem ser alteradas.