Por Sávio Mota, Senso Incomum
“Cabeças vão rolar”, disse um professor de Filosofia da UEPB para outras “autoridades” da instituição na última sexta-feira (29), em um grupo de WhatsApp. Ele se referia aos alunos que organizaram a exibição do filme 1964: o Brasil entre armas e livros, do Brasil Paralelo, em um auditório da Universidade Estadual.
O Grupo de Estudantes Conservadores, formado exclusivamente por alunos da UEPB, enviou um ofício ao Diretor da Central de Aulas solicitando a reserva de um dos três auditórios do prédio para a exibição do filme. Para isso, um dos alunos do grupo, o estudante de Geografia Emanuel Cordeiro, enviou um ofício no último dia 12 de março, seguindo os protocolos burocráticos da Universidade:
Um dia após a solicitação, o pedido foi aceito por Geovanildo Nunes, Coordenador da Central de Aulas, e enviado para a Coordenadora do Departamento de Geografia, Jossandra Araújo. O detalhe é que, de acordo com relatos dos alunos, a única forma de conseguir uma reserva no auditório é por meio de um coordenador de curso – o que já revela a centralização das escolhas dentro da Universidade. Entretanto, inicialmente este não foi um empecilho ao evento, dado que os alunos receberam a confirmação de reserva e o sinal verde para iniciar a divulgação do filme:
Logo após a confirmação da reserva, o grupo começou a divulgar o evento através de cartazes (produzidos e pagos pelos próprios alunos) e de publicações online nas redes sociais. De início, alguns cartazes foram rasgados e algumas ofensas foram ouvidas, mas só na última sexta-feira (29) a censura foi realmente efetivada.
Os alunos foram simplesmente avisados de que o evento não iria acontecer, usando como pretexto um suposto erro burocrático da coordenação do Departamento de Geografia – que seria facilmente contornável, afinal de contas, o auditório continuava disponível e os próprios coordenadores poderiam realizar os devidos ajustes protocolares.
O verdadeiro motivo da censura foi confirmado ao grupo de alunos involuntariamente por um professor do curso de Filosofia que teve seu áudio vazado de um grupo de WhatsApp. No áudio, ele cita a suposta questão burocrática do curso de Geografia, mas deixa transparecer que a verdadeira questão para barrar o filme “1964: o Brasil entre armas e livros” foi a questão ideológica e que no lugar do documentário do Brasil Paralelo um outro filme e um outro debate seriam realizados.
A exibição do filme sobre a intervenção militar de 1964 produzido pelo Brasil Paralelo certamente seria um bom momento de debate e reflexão sobre um importante acontecimento histórico brasileiro. Contudo, os professores e coordenadores da UEPB preferiram nos oferecer em troca um exemplo, vivo e atual, da hegemonia esquerdista nas universidades brasileiras. E um exemplo vale mais do que mil palavras.
Obs.: Para saber mais sobre o assunto, acesse o trecho que recortei do Brasil Comentado da última sexta-feira, no canal do Instituto Borborema no YouTube:
Sávio Mota é diretor do Instituto Borborema, jornalista e assessor de marketing
O conteúdo desta matéria é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Epoch Times