Apesar dos números alarmantes da epidemia de dengue no Brasil, o governo federal optou por reduzir em 61% a verba destinada às campanhas de prevenção da doença.
O recurso foi drasticamente reduzido, sofrendo um corte de quase R$20 milhões, minguando de R$31,6 milhões em 2022, ainda durante a gestão de Jair Bolsonaro, para apenas R$12,2 milhões em 2023, o primeiro ano do governo Lula em valores corrigidos. Este montante representa o menor investimento registrado para essa finalidade.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o país já contabiliza 2.711.308 casos prováveis de infecção. O número de óbitos em investigação atingiu 1576, enquanto as mortes confirmadas totalizaram 1.044. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (5).
Ministra da Saúde na corda bamba
Desde o aumento significativo dos casos de dengue no país, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem enfrentado duras críticas da oposição em relação à sua gestão. A diminuição dos recursos destinados ao combate da doença pode agravar ainda mais a difícil situação da ministra no governo de Lula.
Na primeira reunião ministerial do ano, Nísia deixou transparecer a tensão que envolve a gestão da pasta. Segundo informações da CNN, ela ficou emocionada ao relatar os supostos ataques que teria sofrido dias antes.
Ministros ouvidos pela emissora afirmaram que a ministra não mencionou diretamente os responsáveis pelos ataques, mas eles são atribuídos a líderes partidários do centrão e, mais recentemente, a membros do próprio PT no Rio de Janeiro.
Na próxima quarta-feira (10), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, deve participar de uma audiência na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, para dar esclarecimentos sobre as ações da pasta para conter a epidemia de dengue no país e as recentes crises enfrentadas pelo ministério.
Os deputados Célio Silveira (MDB-GO), Dr. Francisco (PT-PI), Silvio Antonio (PL-MA) e a deputada Rosângela Moro (União-SP) foram responsáveis por apresentar o requerimento convidando a ministra para a audiência.