O Brasil se uniu ao Irã, à Rússia e a mais 49 países para solicitar à Organização das Nações Unidas (ONU) a adoção de medidas imediatas para impedir que países enviem armas e munições a Israel.
O pedido foi formalizado em uma carta apresentada oficialmente em 1º de novembro e divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Turquia neste domingo (3).
Entre os signatários do documento, estão a Arábia Saudita, a China e a Argélia, além de organizações como a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica.
Durante sua visita a Djibuti, onde participou da terceira Conferência de Revisão Ministerial da Parceria Turquia-África, o chanceler turco, Hakan Fidan, comentou sobre o documento.
“Escrevemos uma carta conjunta pedindo a todos os países que deixem de vender armas e munições a Israel. […] Devemos reiterar em todas as oportunidades que vender armas a Israel equivale a cumplicidade em genocídio”, afirmou.
Ele também caracterizou o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu como uma “ameaça global” e fez um apelo para que todos os países impeçam Israel de desconsiderar o direito internacional.
“Há genocídio em Gaza. A intenção de Netanyahu é eliminar completamente a solução de dois estados usando todos os meios possíveis”, alegou Fidan.
Em outubro, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan já havia solicitado um embargo de armas a Israel, considerando essa medida uma “solução eficaz” para o conflito entre o Exército israelense e o grupo terrorista Hamas.
Governo brasileiro se opõe às ações militares de Israel
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica as operações militares de Israel em Gaza desde o início do conflito com o Hamas. Ao comparar a resposta israelense aos ataques do grupo ao Holocausto, Lula foi declarado persona non grata por Israel, o que levou a um aumento em suas críticas.
Recentemente, o governo brasileiro se viu envolvido em uma nova polêmica com Israel.
A Elbit Systems, empresa israelense, venceu uma licitação internacional em abril para fornecer 36 veículos blindados ao Exército Brasileiro, com um potencial de até 1 bilhão de reais, destacando-se pela combinação de custo e tecnologia. No entanto, de acordo com o ministro da Defesa, José Múcio, o governo Lula vetou o contrato por “razões ideológicas”.
“Houve agora uma concorrência, uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel. Mas por questões da guerra, do Hamas, os grupos políticos, não estamos com essa licitação pronta, nós não podemos aprovar”, afirmou Múcio no início de outubro.