O governo brasileiro, depois de contabilizar 11 mortes e 904 casos confirmados do vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), mais conhecido como novo coronavírus, declarou nesta sexta-feira que o vírus é transmitido local e comunitariamente por todo o país, ou seja, já não se limita aos pacientes que o contrataram no exterior ou àqueles próximos a eles.
A declaração do “estado de transmissão comunitária no nível nacional do coronavírus Sars-Cov-2, responsável pela pandemia da doença COVID-19”, está contida em decreto publicado nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde.
Apesar de apenas cinco dos 27 estados brasileiros terem registrado casos de transmissão comunitária do vírus do PCC, o Ministério decidiu declarar que a situação se espalhou por todo o país para facilitar as ações de combate à pandemia.
Isso porque, conforme explicado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esse estado excepcional permite às autoridades de todo o país ordenar o isolamento por pelo menos 14 dias de pessoas que apresentam os sintomas da doença e isolam as pessoas com mais de 60 anos, um dos grupos de risco mais vulneráveis.
Mandetta também disse que a decisão também impede que alguns estados adotem medidas sanitárias e preventivas que possam prejudicar seus vizinhos, como o fechamento de estradas regionais ou a proibição de entrada de pessoas de outras regiões.
A chamada comunidade ou transmissão sustentável ocorre quando não é mais possível rastrear a origem da infecção, ou seja, quando o vírus circula entre pessoas que não viajaram para o exterior ou tiveram contato com quem estava no exterior.
Na quinta-feira, apenas cinco estados, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul, registraram casos de transmissão comunitária.
O status excepcional também foi declarado porque, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, o número de casos confirmados da doença no Brasil saltou 45% no último dia, de 621 na quinta-feira para 904 na sexta-feira e o O número de mortos pelo vírus do PCC aumentou de 7 para 11.
Até o momento, 25 dos 27 estados no Brasil registraram casos da doença e apenas os amazônicos Roraima e Maranhão, no norte do país, estão isolados do vírus do PCC.
São Paulo, o estado mais populoso e afetado pela doença, registrou 396 dos 904 casos e 9 das 11 mortes. Em seguida, localiza-se o Rio de Janeiro, com 109 casos e 2 óbitos; Brasília (87 casos), Ceará (55), Rio Grande do Sul (37) e Minas Gerais (35).
Segundo Mandetta, a previsão é de que o número de casos continue a aumentar exponencialmente entre abril e junho.
“Vamos começar abril com um rápido aumento (de infecções) e esse aumento continuará em maio e junho, quando uma tendência de desaceleração começará”, disse o ministro.
Segundo Madetta, a previsão é de que os casos comecem a cair apenas em agosto e que “ocorrerá uma queda mais acentuada em setembro, como aconteceu na China em março. Esse é o cenário com o qual o mundo ocidental está trabalhando ”.
O ministro admitiu que o sistema público de saúde brasileiro pode entrar em colapso no final de abril, quando os leitos hospitalares serão insuficientes para todos os pacientes, incluindo aqueles que pagam clínicas particulares e têm seguro de saúde.
Ele acrescentou que essa possibilidade dependerá do comportamento adotado pelos brasileiros e se eles aceitarem as recomendações para evitar multidões e permanecerem voluntariamente isolados em suas residências.
“Para evitar esse colapso, pode ser necessário restringir a mobilidade para diminuir a transmissão, mas quando adotamos essa medida por pelo menos 14 dias, seu impacto será sentido apenas 28 dias depois”, afirmou.
***