Por Agência Brasil
A geração de empregos no segundo semestre pode fazer o país fechar 2020 perdendo menos postos de trabalho que na recessão de 2015 e 2016, disse hoje (19) o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro voltou a defender a desoneração da folha de pagamentos e criticou o Congresso Nacional por interditar o debate sobre o tema.
“Na maior crise global, nós podemos terminar o ano com um terço ou um quarto dos empregos que foram perdidos na recessão autoimposta [de 2015 e 2016”, declarou Guedes, durante o 41º Congresso Brasileiro de Previdência Privada promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
De acordo com Guedes, o Brasil pode terminar o ano com o fechamento de cerca de 300 mil postos de trabalho. De janeiro a setembro, segundo os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país tinha eliminado 558,6 mil vagas, contra saldo negativo de 1.144 milhão registrado de janeiro a maio.
Desoneração
No evento, o ministro voltou a defender a desoneração da folha para todos os setores da economia, mas sem especificar de onde sairia a receita para cobrir o benefício. “Estamos convencidos do problema de desoneração da folha. Precisamos remover esse problema que é a cobrança de impostos sobre a folha. Esse imposto é um desastre. Colocou 40 milhões de brasileiros fora do mercado formal e prejudica a arrecadação para a Previdência”, afirmou Guedes.
Por diversas vezes, o ministro defendeu a criação de um imposto sobre transações digitais para cobrir a perda de arrecadação com a desoneração da folha.
Apesar de o governo ainda não ter enviado a proposta ao Congresso, Guedes criticou os deputados por não levarem adiante o debate. “A Câmara interditou esse debate. Ora, um governo eleito quer fazer uma reforma e não consegue, vamos cuidar das outras, os gastos, as despesas, começamos pela Previdência, depois os juros da dívida”, declarou.
Segunda onda de covid
Sobre o ressurgimento de casos de covid-19 no país, Guedes disse que o fenômeno está restrito a algumas regiões e não é geral. “Se a doença vier, estamos numa outra dimensão, sabemos como agir, mas não é nosso plano”, ponderou o ministro.
Ele reiterou que a equipe econômica está concentrada em prosseguir com as reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, e em preservar o teto de gastos, sem recorrer a programas populistas.
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