O Brasil foi o segundo país que mais reduziu o investimento de recursos públicos em educação, entre 2015 e 2021. Os dados são do relatório Education at a Glance, feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A pesquisa foi publicada na terça-feira (10).
O levantamento detalha que, nesse período, o percentual de recursos públicos direcionados à educação no Brasil foi diminuído de 11,2% para 10,6%. O país com maior queda foi a Argentina, cuja redução foi de 5,2%.
Em oposição à Argentina e Brasil, a média dos países membros da OCDE apresentou aumento de 2,1% por ano no gasto público em educação, desde o ensino fundamental ao superior.
Considerando o investimento por aluno, o investimento de outros países nos ensinos fundamental e médio chega a ser três vezes maior por parte dos países membros da OCDE, se comparados ao Brasil.
Ensino fundamental
– Brasil: US$ 3.668 ou R$ 20,5 mil.
– Outros países da OCDE: US$ 11.914 ou R$ 66,5 mil.
Ensino médio
– Brasil: US$ 4.058 ou R$ 22,6 mil.
– Outros países da OCDE: US$ 12.713, ou R$ 71 mil.
Já em relação ao ensino superior, a diferença é bem menor, embora ainda seja inferior aos outros países membros.
Ensino superior
– Brasil: US$ 13.569 ou R$ 75,8 mil.
– Outros países da OCDE: US$ 17.138 ou R$ 95,7 mil.
Professores: carga horária e salários
O relatório também aponta que os professores no Brasil receberam menos e trabalharam mais, se comparados à média da OCDE. Em 2023, por exemplo, o salário médio anual dos professores nos anos finais do ensino fundamental – 6.º ao 9.º ano – era de US$ 23.018 ou R$ 128,4 mil.
O valor é quase metade da média salarial em relação aos países da OCDE, que é de US$ 43.058 ou R$ 240,2 mil.
“O trabalho dos professores consiste numa variedade de tarefas, incluindo ensinar, mas também preparar aulas, avaliar trabalhos e comunicar com os pais”, afirma o documento.
Sobre a carga horária, os professores dos anos finais do ensino fundamental têm que lecionar 800 horas anualmente no Brasil. Já os países membros da OCDE lecionam em média 706 horas por ano.
A OCDE foi fundada em 1961, com objetivo alegado de “construir melhores políticas para vidas melhores” e divulgar “conhecimentos para moldar políticas que promovam a prosperidade e as oportunidades, sustentadas pela igualdade e pelo bem-estar”.
Atualmente tem 38 países membros, reunindo as economias mais avançadas do mundo, bem como alguns países emergentes:
- Alemanha
- Austrália
- Áustria
- Bélgica
- Canadá
- Chile
- Colômbia
- Coreia do Sul
- Costa Rica
- Dinamarca
- Eslováquia
- Eslovênia
- Espanha
- Estados Unidos
- Estônia
- Finlândia
- França
- Grécia
- Holanda
- Hungria
- Irlanda
- Islândia
- Israel
- Itália
- Japão
- Letônia
- Lituânia
- Luxemburgo
- México
- Nova Zelândia
- Noruega
- Polônia
- Portugal
- Reino Unido
- República Tcheca
- Suécia
- Suíça
- Turquia
Outros 13 países são considerados membros em potencial:
- Argentina
- Brasil
- Bulgária
- Cazaquistão
- Croácia
- Egito
- Jordânia
- Marrocos
- Peru
- Romênia
- Tunísia
- Ucrânia
- Uruguai