Brasil bate recorde em pedidos de recuperação judicial; agronegócio registra aumento

Por Redação Epoch Times Brasil
15/01/2025 18:53 Atualizado: 15/01/2025 18:53

O Brasil atingiu em 2024 um marco negativo ao ultrapassar o recorde de pedidos de recuperação judicial registrado em 2016. Até outubro deste ano, foram contabilizados 1.927 pedidos, superando as 1.863 solicitações daquele ano, conforme a série histórica iniciada em 2005.

A expectativa é que o número total de solicitações ultrapasse os 2.200 até o fim do ano, um aumento significativo em relação aos anos anteriores.

Os dados finais ainda não foram divulgados pela Serasa Experian. As informações devem ser liberadas nas próximas semanas.

Um ponto de destaque é o aumento de pedidos de recuperação judicial no agronegócio, especialmente entre produtores rurais do regime de pessoas físicas.

De acordo com o sócio do escritório Lara Martins Advogados e especialista em Reestruturação Empresarial, Filipe Denki, contribuíram para esse aumento as altas taxas de juros, inflação persistente, inadimplência crescente e problemas de infraestrutura.

Além disso, o consultor acredita que o cenário de dificuldades econômicas deve continuar em 2025, com previsões de crescimento moderado.

Para Denki, a combinação de fatores como a guerra na Ucrânia, a desaceleração da economia chinesa, e as incertezas geopolíticas internacionais, somadas aos desafios internos do Brasil, tornam o futuro econômico incerto.

As taxas de juros altas e a inflação acima da meta do Banco Central (BC), que deve permanecer acima de 3% ao ano, reforçam o cenário de adversidade.

O especialista projeta que setores como aviação, agropecuário, sucroalcooleiro e varejo serão os mais afetados, com dificuldades financeiras intensificadas pela alta do dólar, que aumenta os custos e limita o repasse aos consumidores.

A previsão é que o número de pedidos de recuperação judicial continue a crescer, caso a situação econômica não melhore.

O BC também projeta um Produto Interno Bruto (PIB) de 2% para 2025, com uma possível elevação da taxa Selic de 12,25% para até 15% ao longo do ano, o que pode agravar ainda mais a situação das empresas no país.