Brasil: 2 crianças indígenas são resgatadas após mais de 20 dias perdidas na Amazônia

Cerca de 260 pessoas foram mobilizadas para procurar as crianças

19/03/2022 08:04 Atualizado: 19/03/2022 08:04

Por Alicia Marquez

As autoridades brasileiras transferiram nesta quinta-feira dois irmãos indígenas, Glauco e Gleison Carvalho Ferreira, depois de 27 dias perdidos na floresta amazônica brasileira.

As crianças, de 7 e 9 anos, foram transferidas para um hospital infantil na cidade de Manaus, segundo a Reuters. Os dois garotos foram encontrados sofrendo de desnutrição grave, lesões na pele e desidratação.

Os dois pequenos, que pertencem à etnia Mura, desapareceram em 18 de fevereiro, quando entraram sozinhos na vasta selva amazônica para caçar pássaros, no município de Manicoré, no Amazonas.

Cerca de 260 pessoas foram mobilizadas para procurar as crianças, entre bombeiros, policiais e moradores da comunidade que se juntaram à busca pelos irmãos Carvalho Ferreira.

“A primeira busca que fizemos foi difícil. Mas para Deus não foi difícil. Éramos 260 pessoas (procurando por eles) e não conseguimos encontrá-los. A Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros e Funai (Fundação Nacional do Índio) estavam lá, mas não conseguimos encontrá-los”, disse Claudionor Ribeiro Ferreira, pai dos meninos, à Reuters.

Uma semana após o desaparecimento, os bombeiros encerraram oficialmente as buscas sem terem encontrado as crianças.

No entanto, na terça-feira, 15 de março, um homem que estava cortando mato na selva amazônica encontrou os dois irmãos.

“A criança menor gritou, essa pessoa foi até onde estava e conseguiu encontrá-la. Quando ele chegou lá, eles estavam deitados. Não tenho que dizer mais nada”, acrescentou o pai das crianças, visivelmente abalado.

O governo do Amazonas informou que as crianças foram posteriormente transferidas para a unidade hospitalar de Manicore na noite de terça-feira. Os médicos afirmaram que durante aqueles 27 dias agonizantes perdidos na Amazônia, as crianças se alimentaram apenas da água da chuva.

“Esse tempo prolongado sem comida pode causar problemas intestinais, dificuldades de absorção de alimentos, e tudo isso requer assistência especializada (…) Temos apoio psicológico e essas crianças serão muito bem cuidadas”, disse Anoar Samad, secretário de Estado da Saúde.

Os médicos relataram que, embora os irmãos tenham chegado ao hospital com desnutrição grave, desidratação e escoriações na pele, eles estavam estáveis.

Os irmãos permanecerão hospitalizados até que possam tolerar uma dieta normal e ganhar peso.

Com informações da EFE. 

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