Por Agência EFE
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, sugeriu nesta segunda-feira, em entrevista à rede de televisão RedeTV!, Que “alguns governadores” poderiam estar inflando o número de mortos pelo vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), comumente conhecido como o novo coronavírus, para “justificar” as medidas restritivas adotadas para conter a doença no país.
“Parece que há interesse de alguns governadores em aumentar o número de mortes pelo vírus”, disse o presidente ao ser questionado sobre boatos que colocam em dúvida os números oficiais divulgados pelas autoridades de saúde do estado.
Segundo Bolsonaro, defensor do fim do isolamento social, seria uma estratégia “política” dos governadores “justificar as medidas de contenção” adotadas para conter o avanço da doença, que já deixa 159 mortos e 4.579 casos confirmados no Brasil.
“Isso lhes daria mais apoio, eles podem pedir mais recursos para o Governo Federal”, disse o presidente, sem dar mais detalhes.
Embora ele tenha admitido que “pelo menos 60% da população” possa contrair o vírus do PCC, Bolsonaro novamente defendeu que o vírus e os problemas econômicos devem ser combatidos “simultaneamente”, sem “pânico” ou “terror” ”
“O isolamento não pode ser imposto, como alguns estados fizeram, quase eternamente”, disse ele.
“Obviamente, você precisa impedir que o vírus se instale em você, mas não pode viver em clima de pânico, em clima de terror. Não saia de casa, gaste gel de álcool até para beijar a esposa”, acrescentou.
Em sua partida para Brasília no fim de semana, em que desafiou as medidas de isolamento defendidas pelas autoridades de saúde, Bolsonaro, 65 anos, e portanto pertencente ao grupo de maior risco, afirmou que “se (o coronavírus) fosse algo terrivelmente mortal” para ele,“ talvez eu não estivesse na rua ”.
Da mesma forma ele afirmou que a imprensa não tem “caráter” por denunciar o assunto. “É falta de caráter dizer que fui dar um passeio. Domingo é dia de ficar em casa com minha família, mas fui conversar com o povo”, afirmou o presidente.
Bolsonaro novamente defendeu que não é possível combater o “malefício do vírus” sem lidar simultaneamente com questões econômicas, pois isso pode desencadear “problemas muito sérios”, como “desemprego, fome, miséria, irritação e depressão”.
Nesse sentido, avaliou como positiva a aprovação pelo Congresso de um projeto que prevê o pagamento de um subsídio de 600 reais (cerca de US$ 115) para trabalhadores informais e autônomos por um período de três meses, a fim de mitigar os efeitos das conseqüências econômicas da pandemia de coronavírus.
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