Por Eduardo Tzompa
O governo do presidente Jair Bolsonaro ordenou a retirada de todo o seu pessoal administrativo e diplomático de sua embaixada na Venezuela e ordenou que os funcionários do regime Maduro fossem expulsos do Brasil, por meio de uma nota diplomática do Ministério das Relações Exteriores.
Entre os quatro diplomatas brasileiros que voltarão para casa, destacam-se os nomes de Rodolfo Braga, que atualmente chefia a embaixada em Caracas, Elza Marcelino de Castro, atual cônsul geral, Francisco do Nascimento Filho, cônsul da cidade de Guayana e Carlos Leopoldo de Oliveira, membro da embaixada, informou a Folha de S. Paulo.
Outros 11 funcionários brasileiros que serviram no consulado da cidade de Guayana e nos vice-consulados em Puerto Ayacucho e Santa Elena do Uairén também receberam ordens para deixar a Venezuela.
O governo brasileiro também alertou o regime de Maduro de que seus diplomatas serão expulsos se não deixarem o Brasil dentro de um prazo estipulado. Segundo a Folha de S. Paulo, até o momento existem 17 diplomatas de Chávez entre a embaixada de Brasília e os consulados de Manaus, Boa Vista, Belém, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.
A expulsão de diplomatas de Maduro ocorre depois que o governo Bolsonaro reconheceu a emissora especial de Guaidó, María Teresa Belandría, como embaixadora. Note-se que o presidente brasileiro é um dos chefes de Estado que apoia as sanções de Washington contra o regime chavista e reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também tomou outras medidas, como a suspensão do registro diplomático de representantes de Maduro no país e a negação de pedidos de renovação.
Em fevereiro passado, o chefe de Estado brasileiro condenou os ataques de Nicolás Maduro ao presidente Juan Guaidó e manifestou sua preocupação com a prisão de seu tio, acusado de atos de terrorismo.
“O Brasil repudia os atos de intimidação e violência perpetrados pelo regime de Nicolás Maduro no aeroporto de Caracas”, disse o Ministério das Relações Exteriores no Twitter.
Guaidó foi espancado em 11 de fevereiro por cerca de 200 chavistas esperando por ele no aeroporto Simón Bolivar. Alguns deles foram identificados como trabalhadores da companhia aérea estatal Conviasa, recentemente sancionada pelo governo dos Estados Unidos.
Após o incidente, o Centro Nacional de Comunicação informou o desaparecimento de Juan José Márquez, tio de Guaidó, que o acompanhou no avião no momento da chegada.
Márquez foi preso por uma suposta investigação realizada por funcionários do Serviço Nacional Integrado de Alfândega e Administração Tributária e depois emitiu um mandado de prisão pelos tribunais do estado de Vargas.
Dado o que aconteceu no Palácio Itamaraty, em Brasília, ele pediu à comunidade internacional que “se opusesse à arbitrariedade e brutalidade do regime ilegítimo de Maduro”.