Bolsonaro pede a apoiadores que não saiam às ruas em dia de protesto contra governo

'Deixa eles sozinhos no domingo', recomendou o presidente na manhã dest segunda-feira

01/06/2020 18:00 Atualizado: 01/06/2020 18:00

Por Diário do Poder

O presidente Jair Bolsonaro recomendou a seus apoiadores que não façam manifestação no próximo domingo, 7, em Brasília, já que está convocada uma manifestação antifascista para o mesmo dia.

Bolsonaro conversava com apoiadores no Palácio da Alvorada, na manhã desta segunda-feira, 1, quando um deles disse que era preciso acabar com “esses caras de preto batendo na gente”, em referência a manifestantes que entraram em confronto com apoiadores do presidente no domingo em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“Estão marcando domingo um movimento, né? Deixa sozinho o domingo (…) Já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá”, recomendou Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

Um apoiador, então, perguntou se ninguém deveria ir, e o presidente afirmou que não coordena os protestos, mas voltou a recomendar uma mudança na data.

“Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Não participo de nada. Só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Vocês fazem um movimento limpo, decente, pela democracia, pela lei e pela ordem. Eu apenas compareço. Não conheço praticamente ninguém desses grupos. Eu acho que, já que eles marcaram para domingo, deixa domingo lá”, disse o presidente.

Bolsonaro adotou uma nova estratégia para conversar com os apoiadores. Tradicionalmente, o presidente fazia isso na área externa do Alvorada, onde a imprensa também pode ficar. Nesta segunda, contudo, ele permitiu que o público entrasse no terreno do Palácio e disse que estava fazendo isso para evitar o contato com os jornalistas.

“A imprensa agora não vai poder dizer mais que estou agredindo ela. Conversar com o povo, porque esse pessoal aí realmente… Se transmitisse a verdade, tudo bem. Mas deturpam, inventam”, alegou.

Confronto na Paulista

No domingo, 31, um movimento múltiplo que reuniu torcidas organizadas de times de futebol de São Paulo – como Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos –, militantes de oposição ao governo Bolsonaro e integrantes de movimentos sociais na Avenida Paulista terminou em tumulto e enfrentamento com policiais.