Bolsonaro enfrenta Doria: Brasil terá vacina gratuita, não obrigatória e comprovada pela ANVISA

08/12/2020 20:26 Atualizado: 08/12/2020 20:26

Por Bruna de Pieri, Terça Livre

Em clara resposta ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (8) que o Brasil disponibilizará vacinas de forma gratuita e sem obrigatoriedade, somente após comprovada eficácia e registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Vamos proteger a população respeitando sua liberdade e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder”, publicou Bolsonaro no Twitter.

João Doria quer impor a todo custo no Brasil a vacina chinesa produzida entre a farmacêutica Sinovac e o Instituto Butantan. O tucano deve, inclusive, solicitar uso emergencial das doses.

Durante reunião entre governadores e Ministério da Saúde que ocorreu hoje, o governador paulista demonstrou arrogância e colocou contra a parede o ministro Eduardo Pazuello, questionando sobre a compra da vacina CoronaVac.

“Seu ministério vai comprar a vacina Coronavac sendo aprovada pela Anvisa? Sim ou não?”, insiste Doria.

“Já respondi isso. Já respondi a todos os governadores quanto à vacina do Butantan, que não é do Estado de São Paulo, tá governador, é do Butantan. Não sei por que o sr. fala tanto como se fosse do Estado. É do Butantan. O Butantan é o nosso fabricante de vacina do nosso país”, respondeu Pazuello.

“O Butantan, quando concluir seu trabalho e tiver vacina registrada, avaliaremos a demanda. Se houver demanda e houver preço, vamos comprar. Volto a colocar para o senhor que o MOU (memorando de entendimento), ele não é vinculante. Volto a colocar pro senhor que o registro é obrigatório. E havendo demanda, havendo preço, todas as vacinas, todas as posições serão alvo de nossa compra” acrescentou o ministro.

Como já noticiado pelo Terça Livre, João Doria disse que vai solicitar à Anvisa o registro para uso emergencial da vacina chinesa.

Se Doria fizer o pedido e se ele for aceito pela Agência, a vacina poderá ser liberada em até 72 horas, segundo estabelece a Lei 14.006 de 28 de maio de 2020. Entenda.

 

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