O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o Congresso brasileiro tem autonomia para conceder anistia a ele, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o torne inelegível por oito anos.
“A anistia está prevista no regime democrático, e é o Parlamento que decide sobre isso”, indicou o ex-presidente, ao ser questionado sobre as ações referentes ao pleito de 2022.
Bolsonaro é julgado pela reunião com embaixadores estrangeiros realizada no Palácio da Alvorada, na qual segundo a acusação, atacou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro foi exibido através da TV oficial do governo.
A possibilidade de apresentar um projeto de lei para anistiar Bolsonaro foi levantada ontem pelo deputado federal Ubiratan Sanderson, do PL, partido do ex-presidente.
A proposta prevê anistia para todos os políticos condenados por crimes eleitorais nas eleições de 2022, com exceção dos sentenciados por terrorismo, tortura, racismo ou crimes graves, segundo antecipou o parlamentar.
Sanderson ainda lembrou que, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete a lei, o Congresso ainda tem soberania para derrubar o veto.
“É um projeto do deputado Sanderson. Tive conhecimento da iniciativa após conversar com ele. Parece que será apresentada nesta ou na próxima semana”, disse Bolsonaro.
O TSE retomou nesta quinta-feira o julgamento em que Bolsonaro é acusado durante a última campanha presidencial.
Tanto o Ministério Público como o relator do processo, o juiz Benedito Gonçalves, consideram que a responsabilidade do então presidente foi provada. O pedido é de uma condenação a um período de inelegibilidade de oito anos, ou seja, até 2030.
Apesar de dizer confiar na absolvição, Bolsonaro garantiu que, enquanto estiver vivo, seguirá ativo na política.
“Se eu estiver fora do jogo político, serei um bom cabo eleitoral. Tem vários bons nomes por aí, mas acredito até o último segundo na isenção e em um julgamento justo e sem revanchismo por parte do TSE”, afirmou o ex-mandatário.
Bolsonaro ainda garantiu que a direita tem candidatos com chances de vencer as eleições presidenciais de 2026, mas preferiu não manifestar apoio a nenhum nome específico.
“Há vários nomes por aí, por isso, acho que temos potencial para as próximas eleições”, disse o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, por causa desse potencial, a esquerda pretende conseguir sua inelegibilidade.
“A esquerda, que nunca foi democrática, sonha com algo parecido com o que fez Daniel Ortega”, comentou.
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