Bolsonaro desautoriza Pazuello e afirma que vacina chinesa ‘não será comprada’

O ministro da Saúde afirmou nesta terça que a vacina chinesa seria adquirida pelo governo

21/10/2020 14:53 Atualizado: 21/10/2020 15:15

Por Diário do Poder

O presidente Jair Bolsonaro posicionou-se contrário à medida assinada ontem (20) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a compra da vacina chinesa.

Já na manhã desta quarta-feira, Bolsonaro convocou uma reunião com o general titular da pasta para desautorizar a aquisição das 46 milhões de doses da CoronaVac.

O presidente também se manifestou em suas redes sociais para expressar a desaprovação no uso do imunizante chinês.

Em resposta a usuários do Facebook, Bolsonaro afirmou que o governo federal não firmará acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.

Há pouco, pelas 10h, ele voltou a se manifestar, afirmando que seu governo não permitirá que os brasileiros sejam usados como cobaia.

O imunizante chinês vem sendo desenvolvido em parceria com o Instituto Butantã e é a aposta do Governo de São Paulo, incluindo o aspecto político-eleitoral.

É que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é o pré-candidato do seu partido à Presidência da República, em 2022, e tem agido como se já estivesse em campanha.


Após a assinatura da Saúde junto ao anúncio do investimento de R$ 1,9 bilhão na aquisição da CoronaVac, João Doria agendou reunião com Antonio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O governador do estado de São Paulo e Bolsonaro têm atuado em lados opostos nas políticas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

Dória é defensor do imunizante chinês e afirma que tornará obrigatória a vacinação da população paulista.

 

Do outro lado da equação, o presidente garante que o Governo Federal não determinará obrigatória a imunização.

Bolsonaro também afirma que decisões desta natureza devem ser recomendadas pela entidade federal competente, o Ministério da Saúde.

Incomodado com a adesão da Saúde à medida defendida por Dória, Bolsonaro mencionou ‘traição’ em uma de suas postagens em resposta a seus apoiadores nas redes sociais. A aquisição das doses da vacina foi considerada prematura, pois ainda não existem laudos que comprovem a eficácia do imunizante.

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