Por Diário do Poder
O presidente Jair Bolsonaro posicionou-se contrário à medida assinada ontem (20) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre a compra da vacina chinesa.
Já na manhã desta quarta-feira, Bolsonaro convocou uma reunião com o general titular da pasta para desautorizar a aquisição das 46 milhões de doses da CoronaVac.
O presidente também se manifestou em suas redes sociais para expressar a desaprovação no uso do imunizante chinês.
Em resposta a usuários do Facebook, Bolsonaro afirmou que o governo federal não firmará acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.
Há pouco, pelas 10h, ele voltou a se manifestar, afirmando que seu governo não permitirá que os brasileiros sejam usados como cobaia.
A VACINA CHINESA DE JOÃO DORIA
– Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA.
– O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM. (continua).
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 21, 2020
O imunizante chinês vem sendo desenvolvido em parceria com o Instituto Butantã e é a aposta do Governo de São Paulo, incluindo o aspecto político-eleitoral.
É que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é o pré-candidato do seu partido à Presidência da República, em 2022, e tem agido como se já estivesse em campanha.
Após a assinatura da Saúde junto ao anúncio do investimento de R$ 1,9 bilhão na aquisição da CoronaVac, João Doria agendou reunião com Antonio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O governador do estado de São Paulo e Bolsonaro têm atuado em lados opostos nas políticas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
Dória é defensor do imunizante chinês e afirma que tornará obrigatória a vacinação da população paulista.
Do outro lado da equação, o presidente garante que o Governo Federal não determinará obrigatória a imunização.
Bolsonaro também afirma que decisões desta natureza devem ser recomendadas pela entidade federal competente, o Ministério da Saúde.
Incomodado com a adesão da Saúde à medida defendida por Dória, Bolsonaro mencionou ‘traição’ em uma de suas postagens em resposta a seus apoiadores nas redes sociais. A aquisição das doses da vacina foi considerada prematura, pois ainda não existem laudos que comprovem a eficácia do imunizante.
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