O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) deu como 99% certa sua migração para o Partido Ecológico Nacional (PEN), que deverá mudar de nome com sua filiação. A informação foi confirmada ao jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira (31). Segundo colocado em pesquisas recentes, Bolsonaro vem estudando por qual legenda deverá disputar a Presidência da República em 2018.
“É um noivado nota 10. Estamos, inclusive, estudando a mudança do nome do partido. Em poucos dias devemos selar esse casamento”, afirmou o deputado ao veículo. Segundo adiantou ontem ao jornal Gazeta do Povo o presidente do PEN, Adilson Barroso, Jair teria confidenciado a amigos que sua filiação se dará logo: “Nós vamos casar logo após o caso Temer”.
Ele já está de saída do PSC (Partido Social Cristão) desde março deste ano, quando se declarou traído pelo presidente da legenda, Pastor Everaldo, então flagrado costurando alianças partidárias com o PCdoB em Curitiba e no Estado do Maranhão. Na ocasião, Bolsonaro publicou um vídeo em mídia social no qual reafirmava sua opção por uma legenda limpa e cogitava a criação de um novo partido.
Segundo confirmado pelo deputado e por seu presidente, o PEN vai mudar de nome e poderá se chamar Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona) ou Patriotas. O nome mais cotado é Prona, por já possuir uma tradição e dada a identificação de Bolsonaro com seu ex-líder Enéas Carneiro, falecido em 2007 e conhecido por seu bordão “Meu nome é Enéas” e suas propostas nacionalistas.
Enéas obteve 4,6 milhões de votos na corrida ao Planalto em 1994, sendo o terceiro colocado. Em 2006, a fusão entre o Prona e o Partido Liberal (PL) resultou no Partido da República (PR), que existe até hoje.
Coligação
“Não vejo como o nome do nosso novo partido não ser Prona. É um partido que já foi aceito pela população e que já obteve quase cinco milhões de votos com o Enéas”, disse Barroso à Gazeta do Povo. “Tem ecológico no nome, mas não é um radical da ecologia”, explicou, sobre o termo ‘ecológico’ na legenda atual.
Ele considera que a filiação de Bolsonaro permitirá a coligação com partidos médios para a concorrência à Presidência da República, aumentando o tempo de campanha na TV, além de recrutar muitos vereadores e deputados estaduais e federais para a nova legenda.
Pelo menos dois parlamentares já teriam se colocado à disposição de Bolsonaro para compor a provável chapam de acordo com o jornal O Estado de São Paulo: o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e o senador Magno Malta (PR-ES).
Num vídeo postado nas mídias sociais em junho ao lado do senador, Bolsonaro havia acenado a Malta. “Magno, você tem muita responsabilidade para com 2018. Você tem consciência disso? Não o teu mandato de senador, algo mais alto, ou colaborar com algo mais importante para nosso Brasil. Porque, sempre digo, se a gente quiser mudar o Brasil, tem que ter gente no nosso perfil sentado naquela cadeira presidencial. No ano que vem, uma certeza aqui: estaremos do mesmo lado”, dissera o deputado.
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