O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou, nesta quarta-feira (20), seu primeiro empréstimo bilionário em renminbi (RMB), a moeda chinesa. O acordo, firmado com o China Development Bank (CDB), ocorreu durante a visita do líder comunista chinês, Xi Jinping, a Brasília.
O valor da operação é de RMB 5 bilhões (equivalente a R$ 4 bilhões), e a linha de crédito terá duração de 3 anos. Segundo o BNDES, o montante será destinado a investimentos em diversos setores da economia brasileira.
O presidente do banco, Aloísio Mercadante, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), destacou que, além de promover o comércio bilateral entre Brasil e China, essa operação também tem o objetivo de ampliar a cooperação em moeda local entre os dois países.
“O BNDES tem intensificado sua atuação internacional, buscando maior aproximação com diversas instituições de fomento para diversificar o funding e ampliar os investimentos no Brasil”, disse Mercadante.
“A parceria do Banco com a China é histórica, desde 1997, resultando em cooperação em projetos de interesse da China e do Brasil”, acrescentou o petista. “O empréstimo em moeda chinesa é um passo importante para diversificar as opções dos empresários brasileiros, sobretudo aos exportadores, porque tem a proteção cambial natural decorrente de suas exportações.”
Atualmente, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Nesta quarta-feira, ao todo, os governos brasileiro e chinês firmaram 37 acordos de cooperação, abrangendo setores como agronegócio, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica e investimentos em diversas outras áreas.
Desdolarização
A desdolarização nos negócios internacionais é um tema cada vez mais discutido pelos membros do Brics, grupo de economias emergentes que atualmente conta com 10 países, incluindo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
A criação de uma alternativa ao dólar norte-americano nas transações entre os países do Brics, que também inclui o Irã, tem sido amplamente defendida pelo governo brasileiro.