Responsável pela Operação Custo Brasil, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo decretou o bloqueio de R$ 102,678 milhões do Partido dos Trabalhadores, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso há mais de um ano pela Lava Jato, e do ex-ministro Paulo Bernardo.
O montante é relativo ao valor que teria sido desviado do Ministério do Planejamento num esquema envolvendo a Consist, também implicada na decisão da Justiça, publicada em 27 de junho. Vaccari é apontado no despacho como mentor do esquema fraudulento que envolve a Consist, e o PT como beneficiário principal deste esquema.
Desmembramento da Lava Jato, a Operação Custo Brasil investiga desvios no Ministério do Planejamento, chefiado por Paulo Bernardo entre 2005 e 2011. De acordo com a Polícia Federal, a pasta teria superfaturado em cerca de R$ 103 milhões contratos com a empresa de informática Consist entre 2010 e 2015. Dinheiro que teria pago propinas a servidores, incluído o ex-ministro, e abastecido o caixa do PT.
Administradora de um sistema de empréstimo consignado a funcionários públicos, a Consist teria cobrado R$ 1 por cada parcela paga pelos servidores, três vezes mais que o valor de mercado deste tipo de serviço.
De acordo com a investigação, Vaccari comandava a distribuição da propina proveniente do contrato da Consist com o Ministério do Planejamento. O roubo envolveu saques em espécie e depósitos creditados a empresas de fachada na tentativa de, segundo os investigadores, camuflar o percurso do dinheiro.
A defesa de Paulo Bernado afirmou que recorrerá e alegou que os recursos financeiros são integralmente provenientes de salários, vencimentos, aposentadoria e previdência do ex-ministro. O Partido dos Trabalhadores afirmou que não há ilegalidade em suas contas. O advogado de Vaccari Neto disse que sua conta j[a se encontrava bloqueada.