Na Black Friday de 2024, muitas lojas no Brasil atraíram consumidores com descontos tentadores, mas também registraram um volume significativo de reclamações, especialmente relacionadas a problemas nas entregas.
O Procon-SP, órgão responsável pela defesa dos direitos dos consumidores, registrou até o momento 2.016 reclamações, sendo 639 delas envolvendo atrasos e falhas na entrega de produtos.
As reclamações incluem desde a não entrega no prazo prometido até situações mais graves, como a entrega de produtos errados e o cancelamento de compras sem aviso prévio.
Além disso, práticas como manipulação de preços e indisponibilidade dos itens anunciados também estão entre os principais motivos das queixas.
De acordo com o órgão, as empresas mais citadas pelos consumidores incluem grandes nomes do comércio eletrônico, como Dotcom/Sephora, Magazine Luiza/Netshoes, Epoca Cosméticos, Magalupay e Hub Fintech.
Em um ano em que a Black Friday se consolidou como um dos maiores eventos de consumo no Brasil, as dificuldades enfrentadas pelos consumidores geraram um alerta para o comércio.
A data, que originalmente surgiu nos Estados Unidos após o feriado de Ação de Graças, atrai milhões de brasileiros com a promessa de grandes descontos, mas a realidade tem mostrado que os problemas logísticos afetam diretamente a experiência de compra.
O Procon-SP, além de registrar as queixas, tem orientado os consumidores sobre seus direitos e como proceder diante de falhas na entrega.
Luiz Orsatti Filho, diretor-executivo do Procon-SP, destacou à imprensa que as empresas devem tratar as reclamações não como um simples problema, mas como uma oportunidade de aprimorar seus processos.
Segundo ele, as queixas devem ser analisadas de forma crítica, visando evitar que os mesmos erros se repitam nas próximas edições da Black Friday.
A intenção é que as marcas, ao ajustarem suas operações, não apareçam novamente nas listas de empresas problemáticas.
Para lidar com o aumento das queixas, o Procon-SP tem adotado ações preventivas desde o início de outubro, com um canal exclusivo para o registro de reclamações.
Fiscais do órgão também realizaram fiscalizações em diversos sites de comércio eletrônico e lojas físicas no estado, visando garantir que as empresas cumpram as normas do Código de Defesa do Consumidor e evitem práticas enganosas ou abusivas durante o período de promoções.