BC anuncia leilões de até US$ 7 bilhões para conter alta do dólar

Por Redação Epoch Times Brasil
20/12/2024 09:16 Atualizado: 20/12/2024 09:16

O Banco Central (BC) anunciou que realizará, na sexta-feira (20), leilões de dólares que totalizarão até US$ 7 bilhões. A iniciativa busca controlar a alta da moeda americana, que na quinta-feira (19) encerrou o dia cotada a R$ 6,12. Durante o pregão, o dólar chegou a atingir R$ 6,32.

A operação será dividida em duas modalidades. Serão ofertados até US$ 3 bilhões em leilões à vista e até US$ 4 bilhões em leilões de linha. Os leilões de linha envolvem a venda da moeda com compromisso de recompra futura.

Desde o início de dezembro, o BC já realizou intervenções que somam US$ 20,8 bilhões. Considerando as operações da última semana, o total chega a US$ 27,75 bilhões.

De acordo com o BC, o movimento é necessário devido a um fluxo atípico de saída de dólares do país. Entre os fatores apontados está o pagamento de dividendos por empresas brasileiras a acionistas estrangeiros, que tem aumentado a pressão sobre o câmbio.

A alta do dólar reflete, em parte, o cenário global de aversão ao risco. Juros mais elevados em economias desenvolvidas têm atraído capital de países emergentes, incluindo o Brasil. Além disso, o ambiente doméstico de incertezas econômicas amplifica a volatilidade cambial.

Apesar disso, as intervenções do BC não são uma solução sustentável para o câmbio caso a fonte do problema: o fiscal, não seja arrumado. Sem reformas estruturais e melhora na percepção de risco, o real permanecerá vulnerável. A visão predominante do mercado é de que a medida traz alívio momentâneo, mas não resolve os problemas de fundo.

Impacto da alta do dólar

A valorização do dólar tem impacto direto sobre a inflação. Produtos importados ficam mais caros, o que pressiona preços em setores como alimentos e combustíveis. Produtos nacionais também se encarecem devido a necessidade de importação de insumos.

Além disso, mesmo produtos que não estão ligados diretamente ao dólar também aumentam de preço devido a maior procura por opções alternativas aos produtos que ficaram mais caros.