Por Bruna de Pieri, Terça Livre
O ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tentou justificar na quinta-feira (25) o que disse sobre a Venezuela ser uma “tirania de direita”.
Em entrevista ao Manhattan Connection — programa que passou a ser exibido na TV Cultura durante o governo de João Doria (PSDB) — Barroso disse que o “mundo caiu em sua cabeça” após a afirmação.
“Eu gostaria de explicar por que acho que a Venezuela é uma tirania de direita. Nós tínhamos um coronel, latino-americano, golpista, que instituiu um sistema fundado na cooptação e na corrupção das forças armadas, que hoje é sustentado pela Rússia, de Putin, que trabalhou para impedir Hilary Clinton e colocar Donald Trump no poder, sendo que a minha visão ainda do bolivarianismo do próprio Bolívar era de um ditador, um sujeito que tinha pretensões ditatoriais, não acreditava na democracia representativa, não acreditava em distribuição de propriedade”, afirmou.
“Portanto”, continua Barroso, “eu consideraria, hoje a Venezuela não é nem de direita e nem de esquerda, é só um desastre humanitário. Mas essa é a minha explicação de por que eu acho que ali é uma tirania à direita. Do espectro político, nunca entendi por que a esquerda brasileira se amarrou no mastro desse naufrágio”, finalizou.
Como noticiou o Terça Livre em 15 de fevereiro, Luís Roberto Barroso, afirmou no começo deste mês que o governo da Venezuela é uma ditadura de direita com “discurso camuflado” de esquerda. O ministro foi ridicularizado na internet após a afirmação.
“Você acha que a Venezuela é conservadora? Certamente eu acho, desde o tempo de Chávez. Para mim, aquilo sempre foi uma tirania de direita, com um discurso disfarçado”, declarou o juiz do TSE, em entrevista ao historiador Marco Antonio Villa.
A afirmação veio depois de Barroso ser questionado sobre os motivos que levaram a uma suposta perda de prestígio da democracia no mundo. Segundo o ministro, atualmente, vivemos um momento de “descrédito” das instituições e no caso do Brasil, isso se deve aos “saudosistas” do regime militar.
“As pessoas que não conviveram com a ditadura são influenciadas por discursos dos que têm saudades de um tempo que não houve. Há muita gente no Brasil que perdeu a fé no futuro e tem saudades do que não aconteceu”, disse Barroso.
Ao comentar sobre o assunto, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança compartilhou seu próprio tweet de 2017 onde afirmava que “Maduro atrai tanta atenção negativa que não me chocaria se a esquerda mundial o abandonasse e passasse a denomina-lo como conservador capitalista”.
Os internautas também relembraram um tweet do ditador venezuelano Nicolás Maduro em 2018 comemorando os 200 anos do nascimento de Karl Marx. “Feliz aniversário, Marx. O socialismo saúda você”, escreveu Maduro.
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