Ausência de Torres e falhas na inteligência foram decisivas para o 8 de janeiro, aponta PF

Por Redação Epoch Times Brasil
29/10/2024 22:51 Atualizado: 29/10/2024 22:51

Um relatório da Polícia Federal (PF), enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), destaca “falhas evidentes” nas forças de segurança do Distrito Federal durante os atos de vandalismo que destruíram os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. 

Segundo o documento, elaborado pela inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), a pasta estava ciente dos riscos de invasão. 

A ausência do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, é apontada como um fator determinante para o desfecho dos ataques. Torres estava em Orlando, nos Estados Unidos, de férias no dia dos protestos. 

O relatório também menciona o despreparo da segurança pública do Distrito Federal, afirmando que “a ausência de articulação e a difusão inadequada de dados comprometeram a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando fragilidades na resposta à crise”.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, mencionou o relatório em despacho na última segunda-feira (28). Ele solicitou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente sua manifestação no prazo de 15 dias.

O documento cita ainda que grupos de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) pretendiam “sitiar Brasília” e promover atos violentos na data dos ataques.

“Por meio de grupos de aplicativos de mensagem, constata-se a intenção de organizar caravanas de outros Estados com destino a Brasília para participação nos referidos atos,” diz um trecho do relatório. 

A PF conclui que a ausência de Torres, somada à falta de coordenação e à comunicação ineficaz, resultou em uma resposta deficiente das forças de segurança diante da crise. 

Em nota à imprensa, a defesa de Anderson Torres afirmou que “não houve ausência inesperada, já que o então secretário tinha férias planejadas e comprou as passagens para toda família no mês de novembro de 2022, quando sequer se imaginava a realização de qualquer manifestação após a posse do novo Presidente da República”.