As projeções econômicas para 2024 continuam a ser revisadas para cima. O Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (16), compila expectativas de analistas e economistas do mercado financeiro. Os dados mostram alta nas previsões para a inflação (IPCA) e taxa de câmbio.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou nova revisão de alta.
A expectativa subiu para 4,89% em 2024. Na semana passada, estava em 4,84%, e há quatro semanas, 4,64%.
Esse aumento reflete pressões inflacionárias persistentes. Entre os fatores estão o impacto do cenário externo e ajustes internos nos custos de produção causados em grande parte pela desvalorização do real.
O índice segue acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central para o próximo ano. Isso demonstra desafios no controle dos preços.
Dólar se aproxima de R$ 6,00
Na área cambial, o Relatório Focus mostra revisão para cima na projeção do dólar.
A estimativa passou de R$ 5,95 para R$ 5,99. Essa tendência reflete desvalorização do real em um contexto de tensão global e descontrole fiscal doméstico.
Possíveis ajustes na política monetária norte-americana que tem perspectiva para queda no juros também impactam mercados emergentes como o Brasil.
Para 2025, a expectativa também segue em alta. Isso indica que a desvalorização do real não é transitória.
Impactos e perspectivas
A alta do dólar tem impacto direto na inflação. A desvalorização do real encarece os produtos importados, elevando os custos de bens e insumos que dependem de componentes externos.
Esse impacto é evidente em setores como combustíveis e alimentos, onde a alta do barril de petróleo em dólar se traduz em aumento direto dos preços para o consumidor. A inflação importada, gerada por custos internacionais elevados, intensifica as pressões sobre os preços domésticos.
Além disso, a elevação cambial afeta toda a cadeia produtiva, especialmente na indústria. Com a dependência de insumos estrangeiros, o custo de produção aumenta, pressionando os preços finais e alimentando o ciclo inflacionário.
Esse cenário também cria desafios para a política monetária, que precisa equilibrar medidas para conter a inflação sem comprometer o crescimento econômico.