Aumento nas projeções de inflação e dólar para 2024 acentua impacto na economia

Relatório Focus revisa IPCA para 4,89% e câmbio para R$ 5,99, reforçando desafios para controle de preços e pressão sobre consumidores e indústrias.

Por Redação Epoch Times Brasil
16/12/2024 15:11 Atualizado: 16/12/2024 15:11

As projeções econômicas para 2024 continuam a ser revisadas para cima. O Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (16), compila expectativas de analistas e economistas do mercado financeiro. Os dados mostram alta nas previsões para a inflação (IPCA) e taxa de câmbio.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou nova revisão de alta.

A expectativa subiu para 4,89% em 2024. Na semana passada, estava em 4,84%, e há quatro semanas, 4,64%.

Esse aumento reflete pressões inflacionárias persistentes. Entre os fatores estão o impacto do cenário externo e ajustes internos nos custos de produção causados em grande parte pela desvalorização do real.

O índice segue acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central para o próximo ano. Isso demonstra desafios no controle dos preços.

Dólar se aproxima de R$ 6,00

Na área cambial, o Relatório Focus mostra revisão para cima na projeção do dólar.

A estimativa passou de R$ 5,95 para R$ 5,99. Essa tendência reflete desvalorização do real em um contexto de tensão global e descontrole fiscal doméstico.

Possíveis ajustes na política monetária norte-americana que tem perspectiva para queda no juros também impactam mercados emergentes como o Brasil.

Para 2025, a expectativa também segue em alta. Isso indica que a desvalorização do real não é transitória.

Impactos e perspectivas

A alta do dólar tem impacto direto na inflação. A desvalorização do real encarece os produtos importados, elevando os custos de bens e insumos que dependem de componentes externos.

Esse impacto é evidente em setores como combustíveis e alimentos, onde a alta do barril de petróleo em dólar se traduz em aumento direto dos preços para o consumidor. A inflação importada, gerada por custos internacionais elevados, intensifica as pressões sobre os preços domésticos.

Além disso, a elevação cambial afeta toda a cadeia produtiva, especialmente na indústria. Com a dependência de insumos estrangeiros, o custo de produção aumenta, pressionando os preços finais e alimentando o ciclo inflacionário.

Esse cenário também cria desafios para a política monetária, que precisa equilibrar medidas para conter a inflação sem comprometer o crescimento econômico.