Uma pesquisa revelou que 30% dos brasileiros buscaram empréstimos nos últimos 12 meses para financiar apostas em sites e aplicativos de jogos de azar. O levantamento analisou o comportamento de crédito de 5 mil pessoas em todo o território nacional.
A pesquisa, pela fintech Klavi, divulgada primeiro pelo jornal O Estado de São Paulo, analisou como correntistas gastam em apostas online. Segundo o estudo, muitos recorrem a crédito bancário para financiar os jogos.
Os correntistas que pegaram empréstimos gastaram, em média, R$ 1.113,09 em apostas. No entanto, 5% deles chegaram a gastar cerca de R$ 4 mil, e, em casos extremos, alguns apostadores desembolsaram mais de R$ 50 mil.
Bruno Chan, presidente da Klavi, afirmou que a pesquisa foi feita a pedido de bancos e instituições financeiras. De acordo com ele, as instituições estão preocupadas com o aumento da inadimplência.
Homens adultos de baixa renda parecem ser os mais afetados. A maioria dos apostadores que recorrem ao crédito têm renda entre um e três salários mínimos (R$ 1.400 a R$ 4.200).
A pesquisa indica que 58% dos que buscam crédito para apostas são homens. A maioria tem entre 35 e 49 anos (47%). 60% dos apostadores estão localizados no Sudeste do país.
Um relatório do Banco Central revelou um dado sobre o aumento das apostas no Brasil: em agosto, cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões para plataformas de apostas via pix.
As apostas esportivas foram liberadas no Brasil em 2018, por decreto do ex-presidente Michel Temer. Desde então, o setor cresceu rapidamente, chegando a cerca de 2 mil empresas. A partir de 1º de outubro, porém, empresas não regularizadas serão proibidas de operar.
A consultoria Strategy & Brasil estima que o mercado de apostas no Brasil já movimenta cerca de R$ 100 bilhões, representando 1% do PIB.