Uma auditoria realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que, entre janeiro de 2023 e maio de 2024, os aposentados e pensionistas sofreram descontos indevidos diretamente da folha por entidades cadastradas no órgão federal.
O relatório que confirmou a chamada “farra do desconto” foi enviado à Polícia Federal (PF) e à Controladoria-Geral da União (CGU).
“Reitera-se, contudo, que os valores representativos do total de descontos não autorizados pelos beneficiários podem ser ainda maiores”, diz a auditoria do INSS..
A cifra milionária foi obtida multiplicando o valor médio dos descontos mensais, que é de R$ 43,12, aplicados pelas entidades registradas no INSS, pelo total de 1,1 milhão de notificações feitas por aposentados ao órgão federal.
Esses aposentados informaram que não haviam autorizado os descontos referentes às mensalidades associativas de seus benefícios. A auditoria constatou que, entre os casos examinados, 54% foram considerados fraudulentos.
Os auditores identificaram pelo menos nove dessas entidades realizando descontos na folha de pagamento sem a devida comprovação da filiação dos aposentados afetados. Até março deste ano, o INSS contava com 29 organizações conveniadas.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, autorizou a realização da auditoria em maio deste ano, após as denúncias. A chamada “farra dos descontos” foi revelada pelo portal Metrópoles.
Dois meses depois, em julho, o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS e responsável pela celebração dos convênios, André Fidelis, foi exonerado do cargo.
Por meio de nota, o INSS informou que aguarda as conclusões do inquérito e de possíveis ações para tomar as providências necessárias, que podem incluir a suspensão ou até a rescisão dos contratos com as entidades parceiras.