AstraZeneca afirma nāo ter intermediários no Brasil

30/06/2021 16:49 Atualizado: 01/07/2021 08:01

Por Ezequiel Carneiro, Terça Livre

O Jornal Folha de São Paulo publicou na terça-feira (28) uma entrevista com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se diz representante da empresa Davati Medical Supply no Brasil. Luiz Paulo Dominguetti disse ter recebido pedido de propina do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, em troca da assinatura de um contrato para as vacinas da AstraZeneca.

A reportagem da Folha diz que o representante da Davati procurou o Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses da AstraZeneca. Durante uma reunião, que teria acontecido no dia 25 de fevereiro, Roberto Ferreira Dias pediu US$ 1 de propina por cada dose de vacina.

A AstraZeneca, porém, afirma que não tem intermediários no Brasil e que as negociações para as vacinas são feitas entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde.

A empresa também diz que não disponibiliza vacinas para o mercado privado e qualquer coisa nesse sentido deve ser considerada como fraude.

A AstraZeneca também nega que tenha qualquer tipo de relação com a Davati.

Outro ponto importante é que em 7 de fevereiro, antes mesmo da reunião entre Davati e Roberto Ferreira Dias, chegou ao Brasil o primeiro lote de insumos para a produção da vacina AstraZeneca.

A matéria da Folha de São Paulo também afirma que Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, rejeitou por duas vezes as propostas da Davati.

A empresa Davati já foi acusada de praticar fraudes no Brasil, mais especificamente em Minas Gerais. O jornalista Lucas Ragazzi fez a denúncia no dia 5 de maio.

Prefeituras mineiras, inclusive a de Belo Horizonte, foram procuradas por supostos representantes comerciais com ofertas para a compra de vacinas contra a Covid-19.

A partir de e-mails enviados a alguns desses municípios, a reportagem de Lucas Ragazzi decidiu investigar quem eram esses intermediários e como funcionaria o esquema ofertado por eles.

Entre as empresas envolvidas estava a Davati, fundada no Texas em junho de 2020.

O jornalista Leonardo Coutinho postou uma sequência no Twitter que explica como a Davati tem atuado.

O analista político Italo Lorenzon criticou no Boletim da Manhã desta quarta-feira (30) a Folha de São Paulo, que não investigou o histórico da Davati.

“Segundo o conto geral, o tal Dominguetti estaria na reunião para vender vacinas, para negociar a venda de vacinas. Bem, já foi demonstrado aqui que é quase certo que ele não tinha vacina nenhuma para vender, muito menos 400 milhões”, disse.

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