Nas redes sociais, Gabriela Ritter, presidente da Associação dos Familiares e Vítimas de 8 de janeiro (Asfav), fez um apelo por apoio à proposta de uma lei de anistia para os réus do 8/1. A lei recebe o nome de “Lei Cleriston da Cunha”, em homenagem ao pai de família conhecido como Clezão, que faleceu no dia 20 de novembro do ano passado, enquanto estava detido na Papuda por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
“O Projeto de Lei de iniciativa popular é um instrumento pelo qual a população expressa seu desejo e além de ter uma tramitação em regime de urgência, consegue exercer uma pressão política imensa sobre os parlamentares para que se respeite a vontade do povo”, afirmou Ritter em seu Instagram.
A morte de Clezão gerou indignação, especialmente considerando o relatório médico do vendedor, datado de fevereiro do ano passado, que indicava sua condição de saúde fragilizada. Ele tinha vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à COVID-19. Segundo o laudo, Clezão passou mais de 30 dias internado devido a uma infecção pelo coronavírus.
Antes do trágico falecimento do manifestante, seu advogado já havia alertado sobre seu estado de saúde: “Ele está fazendo uso de medicação diária, de 12 em 12 horas, pois corre risco de morte, em caso de não utilizar os fármacos”.
Na época da morte, centenas de pessoas participaram de um ato por justiça pela morte de Clezão, ocorrido em Brasília. O evento contou com a presença de parlamentares, familiares de outros presos políticos, advogados e amigos. Gabriela Ritter disse que a Asfav iria pressionar para que o ministro do STF fosse responsabilizado: “Moraes vai pagar pelos crimes que cometeu e a gente vai estar aqui para pressionar por isso, é muita injustiça com todas essas famílias. Vamos lutar também para estarmos presentes em todas as sustentações orais”, disse.
A meta atual da associação é reunir no mínimo 1,6 milhão de assinaturas em apoio à criação da lei, utilizando um formulário fornecido pela própria Asfav.