O Brasil registrou, entre janeiro e novembro de 2024, 29,7 milhões de hectares queimados, o maior número dos últimos seis anos, segundo dados publicados pelo MapBiomas. O dado representa quase o dobro da área destruída pelo fogo no mesmo período de 2023.
A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 16,9 milhões de hectares queimados. Em seguida, o Cerrado sofreu perdas de 9,6 milhões de hectares.
O Pantanal, embora menor em extensão, também teve aumento expressivo, totalizando 1,9 milhão de hectares queimados.
Em novembro, o cenário se manteve crítico. Foram queimados 2,2 milhões de hectares no mês.
A Amazônia concentrou a maior parte desse total, com 1,79 milhão de hectares em chamas. O número representa um aumento de 99% em relação à média histórica para o mês.
Pará lidera entre os estados mais afetados
O estado do Pará ficou no topo do ranking nacional, com 869,7 mil hectares queimados apenas em novembro. Maranhão, com 476,9 mil hectares, e Mato Grosso, com 180,4 mil hectares, vieram em seguida.
Entre os municípios paraenses, Oriximiná liderou com 81 mil hectares destruídos. Moju (54,2 mil hectares) e Nova Esperança do Piriá (50,3 mil hectares) também figuram entre os mais afetados.
A predominância das queimadas no Pará levanta alertas sobre o avanço do desmatamento e a pressão crescente de atividades abusivas na região.
Cerrado sofre aumento expressivo
No Cerrado, foram queimados 236,9 mil hectares em novembro. O número representa um aumento de 52% em relação à média histórica e de 6% na comparação com novembro de 2023.
As áreas mais afetadas foram formações savânicas e pastagens, revelando a ação humana na propagação do fogo.
O Cerrado, conhecido como o “berço das águas” do Brasil, sofre impactos diretos das queimadas. A destruição ameaça nascentes essenciais ao abastecimento de grandes bacias hidrográficas.
Fatores climáticos impulsionam queimadas
Especialistas apontam que as condições climáticas extremas foram determinantes para o avanço das queimadas em 2024.
O fenômeno El Niño intensificou a seca e elevou as temperaturas no país, criando um ambiente propício para os incêndios.
Além do clima, ações humanas, como o uso de fogo para limpeza de áreas e a falta de vigilância, continuam a impulsionar as queimadas.
Impactos ambientais e desafios
As queimadas têm efeitos devastadores para o meio ambiente. Na Amazônia, o fogo ameaça a biodiversidade e amplia a emissão de gases de efeito estufa.
No Cerrado e Pantanal, os incêndios destroem ecossistemas únicos e afetam diretamente comunidades que dependem desses biomas.