Área queimada no Brasil quase dobra em 2024 e atinge maior marca em seis anos

Amazônia concentra as maiores perdas; Pará lidera os incêndios em novembro, impulsionados por El Niño e ações humanas.

Por Redação Epoch Times Brasil
17/12/2024 09:55 Atualizado: 17/12/2024 09:55

O Brasil registrou, entre janeiro e novembro de 2024, 29,7 milhões de hectares queimados, o maior número dos últimos seis anos, segundo dados publicados pelo MapBiomas. O dado representa quase o dobro da área destruída pelo fogo no mesmo período de 2023.

A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 16,9 milhões de hectares queimados. Em seguida, o Cerrado sofreu perdas de 9,6 milhões de hectares.

O Pantanal, embora menor em extensão, também teve aumento expressivo, totalizando 1,9 milhão de hectares queimados.

Fonte: MapBiomas

Em novembro, o cenário se manteve crítico. Foram queimados 2,2 milhões de hectares no mês.

A Amazônia concentrou a maior parte desse total, com 1,79 milhão de hectares em chamas. O número representa um aumento de 99% em relação à média histórica para o mês.

Pará lidera entre os estados mais afetados

O estado do Pará ficou no topo do ranking nacional, com 869,7 mil hectares queimados apenas em novembro. Maranhão, com 476,9 mil hectares, e Mato Grosso, com 180,4 mil hectares, vieram em seguida.

Entre os municípios paraenses, Oriximiná liderou com 81 mil hectares destruídos. Moju (54,2 mil hectares) e Nova Esperança do Piriá (50,3 mil hectares) também figuram entre os mais afetados.

A predominância das queimadas no Pará levanta alertas sobre o avanço do desmatamento e a pressão crescente de atividades abusivas na região.

Cerrado sofre aumento expressivo

No Cerrado, foram queimados 236,9 mil hectares em novembro. O número representa um aumento de 52% em relação à média histórica e de 6% na comparação com novembro de 2023.

As áreas mais afetadas foram formações savânicas e pastagens, revelando a ação humana na propagação do fogo.

O Cerrado, conhecido como o “berço das águas” do Brasil, sofre impactos diretos das queimadas. A destruição ameaça nascentes essenciais ao abastecimento de grandes bacias hidrográficas.

Fatores climáticos impulsionam queimadas

Especialistas apontam que as condições climáticas extremas foram determinantes para o avanço das queimadas em 2024.

O fenômeno El Niño intensificou a seca e elevou as temperaturas no país, criando um ambiente propício para os incêndios.

Além do clima, ações humanas, como o uso de fogo para limpeza de áreas e a falta de vigilância, continuam a impulsionar as queimadas.

Impactos ambientais e desafios

As queimadas têm efeitos devastadores para o meio ambiente. Na Amazônia, o fogo ameaça a biodiversidade e amplia a emissão de gases de efeito estufa.

No Cerrado e Pantanal, os incêndios destroem ecossistemas únicos e afetam diretamente comunidades que dependem desses biomas.