Por Diário do Poder
A Arábia Saudita, maior importadora de carne de frango brasileira, barrou a importação de mais 5 frigoríficos do Brasil que forneciam para o país. Dos 58 frigoríficos habilitados pelo Ministério da Agricultura para exportar para o país, restaram apenas 25 na lista dos árabes.
Em 33 deles, a Arábia Saudita exige alguns acertos para que voltem a exportar.
Entre as unidades descredenciadas pelos árabes estão frigoríficos da BRF e da JBS, empresas bastante atuantes no setor.
A Associação Brasileira da Indústria de Proteína (ABPA) não informou as possíveis perdas de volume exportado nessa restrição árabe, mas circularam dentro do Ministério da Agricultura avaliações de queda de até 30%.
A Arábia Saudita importou 486,4 mil toneladas de carne de frango do Brasil no ano passado, 12% do volume exportado pelo país. A China veio em segundo lugar, com a compra de 438 mil toneladas e participação de 11% nas exportações brasileiras.
Esse enxugamento no número de frigoríficos liberados pela Arábia Saudita ocorre devido a um conjunto de fatores, segundo informações do setor.
Um dos motivos dessa ação dos árabes viria de constatação de irregularidades em alguns frigoríficos, encontradas por técnicos de uma missão árabe que esteve no Brasil no ano passado.
O setor de produção de carne vê, ainda, uma busca de redução da dependência árabe da proteína brasileira. Apesar de todos os empecilhos no país, a Arábia Saudita quer incentivar a produção interna de frango.
Não está descartada uma pressão econômica dos árabes sobre a manifestação política de Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel.
Uma das grandes preocupações do setor de avicultura é com as recentes posições diplomáticas do governo de Jair Bolsonaro. O receio é que se alastre uma reação contrária ao governo brasileiro pelos países árabes.
Segundo o ex-secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, “o mundo árabe está enfurecido” com o Brasil e o descredenciamento de frigoríficos brasileiros é uma retaliação ao governo de Bolsonaro.
“Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil. Muitos de nós não entendemos o motivo pelo qual o novo presidente do Brasil trata o mundo árabe desta forma”, enfatizou Moussa.
Com informações da FolhaPress