Na manhã de quarta-feira (2), a Polícia Federal prendeu Raione Cabral Queiroz, candidato a prefeito de Coari, interior do Amazonas, após ser flagrado realizando uma “chuva de dinheiro” para eleitores durante um comício. O incidente, que ocorreu numa praça da cidade, foi registrado por moradores e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Nas imagens, Queiroz é visto atirando notas de dinheiro para a multidão, gerando um tumulto entre os presentes, que se aglomeraram na tentativa de pegar as cédulas.
A ação foi interpretada como uma clara tentativa de compra de votos, levando a PF a intervir e detê-lo para prestar esclarecimentos sobre a situação.
Ele poderá responder por crimes como corrupção eleitoral e “caixa dois”, cujas penas podem somar até nove anos de reclusão, além de multas.
Queiroz se apresenta como advogado, pós-graduando em compliance penal e em ciências criminais, no seu perfil no Instagram.
O diretório do Mobiliza no Amazonas, partido de Queiroz, afirma não reconhecer a candidatura do candidato à Prefeitura de Coari, e acrescenta que a destituição do mesmo como presidente municipal foi reconhecida pelo Tribunal Regional do Amazonas por unanimidade.
Desde o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto, a PF tem intensificado as investigações sobre crimes eleitorais no Amazonas. Até o dia 1.º de outubro, foram abertos 2.161 inquéritos, o que representa uma média de 50 casos por dia.
Entre os crimes mais investigados estão as declarações falsas nas prestações de contas eleitorais, frequentemente referidas como “caixa dois”, com 629 inquéritos abertos.
A compra de votos aparece em segundo lugar, com 535 inquéritos, seguida por 255 casos relacionados à corrupção.