O Rio de Janeiro acordou nesta quinta-feira (14) com militares patrulhando as ruas, algo já previsto no plano para garantir a segurança durante a Cúpula do G20 na próxima semana, mas com a atenção redobrada depois do ataque frustrado de ontem em Brasília.
As autoridades responsáveis pela segurança do evento com os chefes de Estado e de governo das maiores economias do mundo afirmaram que o plano de segurança não foi modificado, mas que ficarão ainda mais alertas depois que um homem – que acabou se suicidando – realizou um atentado com explosivos em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e a poucos metros do Palácio do Planalto e do Congresso.
“No G20, já trabalhamos com um nível de segurança mais elevado possível pelo nível das autoridades estrangeiras. Viajarei nesta quinta-feira ao Rio de Janeiro para supervisionar pessoalmente todas as ações”, disse o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista coletiva em Brasília.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou que o nível de segurança já é o máximo previsto internacionalmente devido ao nível das autoridades convidadas, mas que o que aconteceu na quarta-feira em Brasília “gera maior tensão”.
“Por enquanto não há nenhum fato que indique que o homem que cometeu aquele ato tenha planejado algo no Rio. Porém, toda a segurança está com a atenção redobrada por esse fato”, declarou.
Ambos destacaram a entrada em vigor nesta quinta-feira do decreto por meio do qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu a participação de membros das Forças Armadas nas tarefas para garantir a segurança durante a reunião, que acontecerá na segunda e na terça-feira.
A medida permite que cerca de 9.000 militares se juntem aos quase 12.000 policiais e membros de diferentes organismos de segurança que foram mobilizados para uma cúpula na qual são esperadas delegações de 40 países e 15 organizações internacionais, entre eles os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping.
O assessor de imprensa do Itamaraty admitiu que algumas destas delegações fizeram indagações sobre a segurança da cúpula após o ataque em Brasília, mas que o plano inicialmente previsto será mantido por ser do mais alto nível.
Enquanto os soldados do Exército apoiarão as tarefas de patrulhamento e vigilância nas áreas de circulação e permanência dos governantes, os membros da Marinha vigiarão a Baía de Guanabara, que banha os jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), sede da reunião.
A Aeronáutica, por sua vez, será responsável por garantir o espaço aéreo em toda a cidade, para o que foi determinado o fechamento temporário do aeroporto Santos Dumont, utilizado para voos nacionais e vizinho do MAM.
Os militares também serão responsáveis pela escolta das autoridades e pela proteção das infraestruturas estratégicas.
O plano de segurança prevê ainda uma inspeção para buscar possíveis artefatos explosivos todos os dias e um sistema para detectar e neutralizar drones que se aproximem a cerca de 15 quilômetros tanto do MAM quanto da região hoteleira onde ficarão as autoridades.