A Marinha do Brasil publicou, no domingo (1º), um vídeo que foi interpretado como uma resposta ao pacote fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca ajustar as contas públicas do país.
A peça publicitária intercala cenas da vida de marinheiros em situações de trabalho extremas com imagens de civis desfrutando de momentos de lazer, como festas e reuniões familiares.
O vídeo se encerra com a frase: “Privilégios? Vem pra Marinha”, numa tentativa de rebater a narrativa de que as Forças Armadas gozam de regalias excessivas em comparação com outros setores da sociedade.
O vídeo faz parte das comemorações do Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, e foi exibido durante a cerimônia de troca do Pavilhão Nacional na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A divulgação do vídeo ocorre em um momento de tensão entre as Forças Armadas e o governo federal, por conta do pacote de ajuste fiscal anunciado recentemente por Fernando Haddad.
Atualmente, os militares precisam cumprir um tempo de serviço de 35 anos para se aposentarem. Com as novas regras, a partir de 2032, todos os militares terão que cumprir também o critério de idade mínima.
Durante o período de transição, será estabelecido um “pedágio” de 9% sobre o tempo restante para completar os anos de serviço. Na prática, isso significa um período adicional de trabalho antes de poderem ir para a reserva.
Haddad afirmou, em pronunciamento de rádio e TV, que essas mudanças são “justas e necessárias” e contribuirão para promover a “igualdade” entre os diferentes regimes de aposentadoria.
O governo estima que as medidas específicas para os militares possam gerar uma economia de R$ 2 bilhões ao ano, contribuindo para o esforço de corte de gastos públicos.
No sábado (30), segundo apurado pelo poder360, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os comandantes das Forças Armadas no Palácio do Alvorada, juntamente com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Estiveram presentes o general Tomás Paiva, comandante do Exército, o almirante Marcos Olsen, comandante da Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Força Aérea Brasileira.
O encontro teve como objetivo discutir os impactos das novas regras sobre a estrutura de carreira nas Forças Armadas e buscar formas de minimizar eventuais rupturas no fluxo de promoções e no planejamento de carreira dos militares que causaria o corte sobre os militares.
