Pernambuco confirmou, nesta quinta-feira (9), o primeiro caso de raiva humana em oito anos.
A paciente, uma mulher de 56 anos, foi mordida por um sagui, e a infecção causada por um vírus de origem silvestre foi identificada após complicações graves.
Ela está internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife, e seu nome não foi divulgado.
O ataque aconteceu em uma área afetada por queimadas, o que forçou o animal a deixar a mata e se aproximar de áreas urbanas.
No dia 31 de dezembro, a mulher procurou atendimento médico após apresentar fraqueza e dormência na mão esquerda, que se estenderam até a região do tórax.
O quadro evoluiu rapidamente, e, em dois dias, ela precisou ser entubada devido a dificuldades respiratórias e agitação intensa.
A médica Ana Flávia Campos, que acompanha o caso, destacou à imprensa que, apesar da gravidade do quadro inicial, a paciente não apresenta sinais de infecções secundárias.
Em resposta ao caso, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) reforçou a importância de buscar atendimento médico imediato em casos de lesões causadas por animais silvestres.
A profilaxia, que inclui a aplicação de vacina e/ou soro antirrábico, pode ser decisiva para prevenir a progressão da doença.
Outros casos
Em 2009, um adolescente pernambucano de 16 anos que foi mordido por um morcego enquanto dormia, conseguiu superar a raiva humana, contrariando a fatalidade que normalmente acompanha a doença.
Marciano Menezes da Silva foi o primeiro brasileiro a se recuperar após ser diagnosticado com o vírus, apesar da taxa de letalidade de 100%.
Ele foi rapidamente internado no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), onde recebeu tratamento especializado, tornando-se um caso de rara exceção na medicina.
Sobre a doença
A raiva, transmitida pelo vírus Lyssavirus, é uma doença fatal caso não seja tratada rapidamente.
No Brasil, entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos.
A transmissão se dá por mordeduras, arranhaduras ou lambeduras de animais infectados, com os primeiros sintomas surgindo entre 2 e 10 dias após a exposição.
Este caso é um alerta para os perigos das interações com animais silvestres, que se tornam mais frequentes em áreas afetadas por queimadas, alterando o comportamento desses animais e aumentando os riscos para a população.