O mercado de startups voltadas para tecnologias de saúde, as chamadas healthtechs, está ganhando cada vez mais impulso no Brasil. Nesta quarta-feira (4), a Arvo, plataforma de inteligência artificial para o setor, anunciou a captação de R$ 25 milhões.
Os sócios, Fabrício Valadão e Rafael Tinoco, informaram que os recursos serão usados para expandir as soluções da empresa, incluindo a ampliação da base de dados e o aprimoramento dos algoritmos. De acordo com os empresários, atualmente, a precisão do serviço da Arvo é de cerca de 85%, e a meta com o novo investimento é atingir 90%.
Fundada em 2022, a Arvo usa inteligência artificial para otimizar as transações e a auditoria de contas entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços médicos, substituindo o trabalho manual intenso e demorado para lidar com faturas complexas e volumosas.
Este é o segundo aporte recebido pela startup; os nomes dos primeiros investidores, que possibilitaram o início da empresa, foram mantidos em sigilo.
Valadão explicou que, para atrair novos investidores, a Arvo desenvolveu soluções baseadas em IA para identificar padrões complexos e anomalias nas transações. “Isso evita pagamentos indevidos no setor,” afirmou o CEO da empresa.
Enquanto 38 novas healthtechs foram abertas em 2022, o número caiu drasticamente em 2023.
De acordo com um estudo da Distrito, uma plataforma especializada em inteligência de mercado e dados sobre startups, apenas cinco healthtechs foram lançadas nos três primeiros trimestres do ano passado. A recente retomada dos investimentos pode reaquecer o mercado.
Com clientes como Porto Saúde, Saúde Petrobras, Athena e Unimed Nacional em seu portfólio, a Arvo afirma ter atendido mais de 50 empresas e espera quintuplicar sua receita este ano. “São operadoras que possuem entre 13 mil e 2 milhões de vidas,” disse Valadão. O CEO também destacou que a empresa foi responsável por 30% do lucro operacional de uma dessas operadoras.
A recente rodada de investimentos, que resultou no aporte milionário, foi liderada pelos fundos Canary e K50, com participação adicional de Latitud, Preface e Endeavor Scale-Up Ventures.
“Houve um ponto de inflexão na pandemia em que o contexto de sobrecarga do sistema demandou maior eficiência operacional das empresas”, explicou a sócia da Canary, Izabel Gallera. “Neste sentido, a inteligência artificial atuou de forma positiva para a busca por melhores práticas e resultados.”
Gallera destacou que o setor de saúde vem se mostrando cada vez mais relevante para o mercado. “Soluções que resolvam dores e ineficiências têm um impacto muito positivo no sistema”, disse a sócia da Canary.