Em São Paulo, a Justiça Federal decidiu não arquivar a investigação das ameaças feitas contra o juiz Sérgio Moro, que comanda na primeira instância do Judiciário os processos relacionados à Operação Lava Jato. Quem fez a ameaça publicamente foi o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, durante manifestação na Avenida Paulista. “Nós vamos nos livrar do Moro”, disse o sindicalista no dia 18 de março.
Sem considerar que ameaças não são algo normal em um Estado Democrático de Direito, o Ministério Público Federal tomou a decisão de não levar adiante a apuração do caso e assim requereu seu arquivamento, alegando respeito à liberdade de expressão e que o sindicalista havia proferido aquelas palavras em meio ao calor do momento político que o país atravessava.
O juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, discordou do posicionamento do Ministério Público e indeferiu o arquivamento do procedimento do Ministério Público Federal. Conforme estabelece o artigo 28 do Código de Processo Penal, o caso será enviado à Procuradoria Geral da República.
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“Juiz é pra julgar, quem manda somos nós, que temos voto. Não podemos ter a ditadura do Poder Judiciário. Não podemos ter o que o Moro fez”, disse Vagner Freitas.
“Quero lhe dizer presidente Lula, que o Moro não grampeou o Lula e a Dilma, o Moro grampeou a democracia. O Moro grampeou o Estado de direito. O Moro grampeou o Brasil. E nós vamos nos livrar do Moro”, emendou o sindicalista.
Antes da ameaçar o juiz, ele incitara a violência e o crime ao dizer, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que seus comandados sairiam às ruas de arma em punho caso o mandato de Dilma fosse cassado.