Por Michael Caceres, Gospel Prime
O jornal Gazeta do Povo divulgou relatos surpreendentes de alunos de universidades que sofrem perseguição e ameaças por conta de seus posicionamentos políticos. Grande parte destes alunos não quiseram ser identificados, por medo de perderem bolsas de estudo ou terem seu desempenho prejudicado por professores de esquerda.
A reportagem mostra como professores constrangem alunos para que eles participem das manifestações contra o governo Bolsonaro, mesmo aqueles que não concordam com os atos são obrigados a participar.
“Sabemos que se a gente não for a coordenadora geral do programa vai ficar uma fera. A gente pode até perder a bolsa. Então a gente fica sem opção”, relata uma aluna que não quis ser identificada.
Segundo seu relato, uma orientadora lhe enviou mensagem para que ela participasse de uma manifestação, mas apesar de ter um posicionamento contrário a este tipo de ato, ela teve de participar, pois temia ser excluída do programa de ensino. Ela é aluna da Universidade Federal do Piauí.
“Acho muito errado a gente ser obrigada a ir. Eu não sou contra a reforma da previdência e não acredito que a universidade vá fechar por causa dos cortes de verbas. Isso tudo é terrorismo do reitor. Mas eu não quero que meu nome apareça na reportagem pois tenho medo de ser perseguida e excluída do programa. Eu preciso da bolsa”, disse a aluna.
A situação se repete a mais de 2.600 quilômetros de distância, onde uma aluna relata que as manifestações servem para saber quem votou no Bolsonaro, pois quem não fosse à manifestação estaria confessando que votou nele. Ela pertence a Universidade Estadual Paulista (UNESP).
“Depois ela relatou ao colega que ela não podia nem pensar na possibilidade de não ir, pois a professora cortaria a bolsa de estudos dela”, conta uma testemunha.
Outro aluno, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que quase foi reprovado por um professor que discordava de seu pensamento conservador. Ele conta que foi perseguido por ser favorável ao impeachment de Dilma Rousseff.
“Já passei por situações de perseguições ideológicas por ter um posicionamento favorável ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Foram diversos tipos de ameaças, tanto de alunos e professores”, afirma o estudante.
Recém ingressada em um curso de graduação no Paraná, uma aluna já está pensando em desistir, pois passou a ser perseguida após um desentendimento com um professor, um comentário nas redes sociais gerou uma série de ameaças.
“Eu fiz um comentário na minha página no Facebook quando aconteceu o ocorrido, mas não citei o nome do professor. Alguém fez um print da tela e publicou no grupo da universidade”, ela conta.