O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (17) a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso que investiga a apropriação e venda ilegal de joias presenteadas durante seu mandato.
Além do ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também teve a quebra dos mesmos sigilos autorizada por Moraes.
A decisão do ministro foi tomada em resposta a um pedido da Polícia Federal, que quer investigar as contas de Bolsonaro e sua esposa em busca de transações suspeitas e, em última instância, saber se o dinheiro obtido com a venda dessas joias chegou ao ex-presidente, que nega qualquer tipo de irregularidade.
Moraes também deu sinal verde para que a Polícia Federal peça aos Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos investigados que têm contas nesse país.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), os presentes não deveriam ser vendidos como itens pessoais, mas incorporados ao acervo da União.
Nas investigações, pode ter papel fundamental o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que nesta quinta-feira, por meio de seu advogado, anunciou uma mudança de estratégia em sua defesa, passando a apontar diretamente o ex-presidente como o principal responsável pelas negociações das joias.
O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, disse à revista “Veja” que seu cliente confessará que vendeu nos Estados Unidos as joias recebidas por Bolsonaro em várias viagens oficiais, que transferiu o dinheiro para o Brasil e que o entregou em espécie ao ex-presidente.
O advogado revelou que Cid vai assumir os acontecimentos, mas alegará que cumpriu “ordens diretas” de Bolsonaro.
Essas ordens incluíam vender as joias que Bolsonaro recebia no exterior como presentes e enviar ao próprio ex-presidente o dinheiro obtido, segundo Bitencourt.
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