Agosto concentra quase metade da área queimada no Brasil em 2024

Queimadas aumentam 149% em agosto de 2024 e Cerrado é o bioma mais afetado.

Por Matheus de Andrade
18/09/2024 15:53 Atualizado: 18/09/2024 15:53

O Brasil registrou 5,65 milhões de hectares queimados em agosto de 2024, quase metade da área total queimada no ano. Esse número representa um aumento de 149% em relação ao mesmo mês de 2023, quando foram queimados 2,26 milhões de hectares.

Segundo dados do MapBiomas, entre janeiro e agosto de 2024, mais de 11,39 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo, sendo 70% de vegetação nativa. O Cerrado foi o bioma mais afetado, com 2,44 milhões de hectares queimados em agosto, representando 43% do total.

Além do Cerrado, a Amazônia teve 2,02 milhões de hectares destruídos. O Pantanal, embora não tenha sido o bioma mais afetado, registrou um aumento de cerca de 1.853%, saindo de 549 focos de incêndio para 10.724 focos de incêndio.

Mato Grosso é o estado mais atingido

O estado do Mato Grosso registrou a maior área queimada em agosto de 2024, com 1,71 milhão de hectares, correspondendo a mais de 30% do total nacional. Os municípios mais atingidos foram Barra do Garças, Nova Nazaré e Campinápolis, com mais de 90 mil hectares queimados cada um.

Esse aumento de queimadas representou um crescimento de 271% em relação ao mesmo período de 2023. O

estado, importante produtor agropecuário, enfrenta riscos com o fogo, que pode comprometer áreas de cultivo, pastagens e ecossistemas frágeis.

Ranking dos estados mais afetados pelo fogo em agosto/2024 (Fonte: MapBiomas)

Impacto em pastagens e áreas de cultivo

O relatório do MapBiomas destacou que, além dos biomas nativos, áreas agropecuárias foram severamente afetadas pelas queimadas em agosto. Pastagens representaram 50,7% da área queimada, enquanto o cultivo de cana-de-açúcar, especialmente em São Paulo, também sofreu perdas significativas.

As consequências econômicas são preocupantes, pois a destruição de pastagens compromete a produção pecuária, e o fogo em áreas agrícolas reduz a capacidade produtiva e aumenta o risco de novos incêndios devido à degradação do solo.

Comparação com anos anteriores

O relatório revela que a área total queimada em agosto de 2024 foi 177% maior do que a média do mesmo mês nos anos anteriores. Esse aumento está relacionado a condições como seca e intensificação do desmatamento e uso inadequado do fogo em áreas rurais.

Desde 2019, agosto tem sido o mês com maior incidência de queimadas no Brasil, mas os números de 2024 superaram largamente os registros anteriores, destacando a necessidade de ações de monitoramento e controle para mitigar os impactos em biomas nativos e áreas produtivas.