Os acionistas da Americanas aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada na quarta-feira (11), a abertura de uma ação de responsabilidade civil contra os ex-executivos Miguel Gutierrez, Anna Christina Saicali, José Timotheo de Barros e Marcio Cruz Meirelles.
A medida busca responsabilizar os ex-diretores pelos prejuízos causados à empresa, incluindo a suposta fraude contábil e outros atos ilícitos cometidos durante o exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2022.
A proposta foi aprovada com expressiva maioria: 139,8 milhões de votos a favor, 6,8 mil contra e 5,4 mil abstenções. Em contrapartida, as contas dos ex-administradores relativas ao período citado foram rejeitadas, com 49,4 milhões de votos contrários e 89,9 milhões de abstenções.
A fraude envolveu um montante de R$ 25,2 bilhões e está sendo investigada pela Polícia Federal.
A ação de responsabilidade civil contra os ex-diretores busca apurar a autoria da fraude. Esse tipo de ação permite que os ex-executivos sejam processados por danos financeiros que resultaram da sua gestão, podendo até ser acionados a responder com seu patrimônio pessoal.
Em resposta, os ex-diretores contestaram a proposta. José Timótheo de Barros enviou uma carta à assembleia afirmando que, durante os 27 anos em que trabalhou na Americanas, sempre exerceu suas funções de forma honesta e em conformidade com as normas da empresa.
Por sua vez, a defesa de Miguel Gutierrez, ex-CEO da companhia, também se manifestou, dizendo que a ação judicial é uma tentativa de proteger os acionistas controladores e membros do conselho de administração das empresas B2W e Lojas Americanas.
A defesa de Gutierrez argumenta que o exame dessa alegada fraude é complexa e permanece sendo realizada pelas autoridades competentes. E acrescenta que o comitê independente não teve acesso completo aos dados necessários para concluir sobre a existência de uma fraude contábil, tampouco autoria, nexo causal e materialidade de crimes.