O presidente Donald Trump anunciou seu plano agressivo para reduzir os obstáculos regulamentares para as empresas, durante uma reunião com CEOs e líderes empresariais na Casa Branca em 4 de abril.
“Estamos destruindo completamente esses horríveis regulamentos que foram colocados em suas cabeças; não apenas nos últimos oito anos, mas nos últimos 20 e 25 anos”, disse Trump.
Sua prioridade será a Lei Dodd-Frank, que Trump chamou de “horrenda”.
A lei é um conjunto complexo de regulamentos bancários, promulgada em 2010 pela administração Obama, que foi projetada para evitar uma repetição da crise financeira de 2008, mas que não falhou em cumprir seu objetivo, de acordo com especialistas.
A legislação, que visava acabar com a mentalidade de “grande demais para falhar” dos grandes bancos, em vez disso, feriu os pequenos bancos, as pequenas empresas e os consumidores.
Os pequenos bancos perderam sua capacidade de competir com os grandes bancos quando o aumento das exigências regulatórias e de capital aumentou seus custos, tornando mais difícil para eles servirem lucrativamente às pequenas empresas.
Embora todos os bancos sejam melhor capitalizados hoje, especialistas da indústria argumentam que Dodd-Frank afetou negativamente o ambiente econômico geral.
“Os reguladores estão administrando os bancos”, disse Trump. “Queremos fortes restrições, queremos uma regulamentação forte, mas não uma regulamentação que torna impossível para os bancos emprestarem às pessoas que criarão empregos.”
Ele prometeu cortar os regulamentos em 90 a 95% e ainda oferecer as mesmas proteções.
Obstáculos de infraestrutura
Trump também abordou as dificuldades na obtenção de licenças para investimentos em infraestrutura. O processo de zoneamento para construir uma rodovia em Nova York, por exemplo, leva de 10 a 20 anos, disse ele. Um governo estadual teria que passar por 16 diferentes aprovações, 29 estatutos e cinco ordens executivas para obter uma autorização no nível federal para uma rodovia.
“Mesmo para refazer uma estrada leva anos”, disse Trump. “Nós chegamos a uma condição de paralisia.”
Ele prometeu acelerar o processo drasticamente; as licenças, disse ele, só levarão um ano, ao invés de décadas.
Trump criticou o uso pela administração anterior da aprovada lei de investimento em infraestrutura de 1 trilhão de dólares. Ele acusou Obama de usar a legislação e a verba para programas sociais, desviando o propósito da mesma. “Até hoje, eu não ouvi falar de nada que tenha sido construído”, disse Trump.
Emprego e desemprego
Ele novamente prometeu criar mais empregos e convencer as empresas a investirem nos Estados Unidos, ou então pagarem um imposto.
“Eu acho que vocês verão um ambiente muito diferente do que estavam acostumados a nos últimos 20-25 anos”, disse ele. “Vamos deslanchar o país.”
Trump também ridicularizou a forma como o governo atualmente calcula as estatísticas do desemprego. Nos últimos meses, a taxa de desemprego oficial caiu para seus níveis mais baixos desde 2007.
Ele disse que a taxa de desemprego (de 4,7%) “soa bem, mas quando você procura um emprego, você não pode encontrá-lo e acaba desistindo. E então você é considerado estatisticamente empregado. Mas eu não considero essas pessoas empregadas.”
A reunião da prefeitura foi copresidida por Michael Corbat, CEO do Citigroup, e Stephen Schwarzman, presidente e CEO do Grupo Blackstone. O evento faz parte de um diálogo contínuo que Trump prometeu manter com os líderes empresariais.