Uma fabricante chinesa de turbinas eólicas, a Sinovel Wind Group Co., foi condenada em 24 de janeiro por acusações de roubo de segredos comerciais da AMSC, uma empresa americana de tecnologias de energia, que resultou em perdas de mais de US$ 800 milhões.
Um jurado federal em Madison, Wisconsin, julgou a Sinovel, outrora a maior cliente da AMSC, culpada por todas as acusações que enfrentou, incluindo conspiração, roubo de segredo comercial e fraude eletrônica, disse o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A condenação expõe a Sinovel, que tem sede em Pequim, a potenciais centenas de milhões de dólares em multas, de acordo com o Departamento de Justiça. Sua sentença deverá ser pronunciada em 4 de junho.
A Sinovel viu suas ações caírem 4% no mercado de valores da manhã em 25 de janeiro. Suas ações já perderam 46% do valor desde que as acusações foram apresentadas em junho de 2013, dando-lhe um valor de mercado de cerca de US$ 1,4 bilhão.
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As acusações foram anunciadas em meio a crescente preocupação com o roubo chinês de segredos comerciais dos EUA e uma batalha legal em tribunais chineses que colocando a AMSC, com sede em Massachusetts, contra a Sinovel, uma das maiores fabricantes de turbinas eólicas do mundo.
A condenação também ocorre quando os Estados Unidos estudam possíveis medidas legais sobre propriedade intelectual contra a China. O secretário do comércio dos EUA, Wilbur Ross, disse em 24 de janeiro que as ambições tecnológicas da China representam uma ameaça direta que está sendo implementada pelo desrespeito dos “direitos de propriedade intelectual, por espionagem comercial”.
O caso centrou-se na tecnologia que a AMSC, anteriormente conhecida como American Superconductor Inc., desenvolveu para regular o fluxo de eletricidade das turbinas eólicas para redes elétricas, que a Sinovel havia comprado para seus produtos.
Os promotores disseram que a partir de março de 2011, a Sinovel devia US$ 100 milhões a AMSC por produtos que foram entregues e tinha contratos para comprar mais de US$ 700 milhões em produtos futuros.
Mas a Sinovel conspirou no início de 2011 para obter informações protegidas por direitos autorais e segredos comerciais da AMSC para que pudesse fabricar as turbinas eólicas e adaptar as existentes para evitar ter que pagar a AMSC, de acordo com os promotores.
Um indiciamento disse que a Sinovel recrutou Dejan Karabasevic, um funcionário de uma subsidiária da AMSC, para se juntar à empresa chinesa e copiar secretamente informações do sistema informático da AMSC, incluindo o código-fonte da PM3000, uma parte do seu sistema de controle de turbinas eólicas.
A Sinovel encomendou várias turbinas eólicas em Massachusetts e incorporou software que ela compilou a partir do código-fonte roubado da PM3000, disseram os promotores.
O Departamento de Justiça disse que a AMSC perdeu mais de US$ 1 bilhão em capital próprio e quase 700 empregos.
“A Sinovel quase destruiu uma empresa americana roubando sua propriedade intelectual”, disse o vice-procurador-geral John Cronan num comunicado.
Acusações permanecem pendentes contra Karabasevic, que mora na Sérvia, e dois indivíduos que vivem na China e trabalhavam para a Sinovel na época: Su Liying, vice-diretor do departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D), e Zhao Haichun, gerente de tecnologia, de acordo com os registros do tribunal.
Coloborou: Meg Shen
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