Tartaruga da Amazônia reaparece após décadas de conservação

22/11/2018 20:07 Atualizado: 23/11/2018 20:29

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

Tartaruga da Amazônia, também conhecida como arrau ou charapa em outros países, foi explorada na Amazônia brasileira durante décadas e agora está de volta sob cuidados de protetores que cuidam da espécie vinte e quatro horas por dia, destaca um estudo realizado pela Universidade de East Anglia.

“Este estudo demonstra claramente a eficácia da ação abrangente da gestão local dos interessados ​​a ter maior participação e presença 24/7 (24 horas/ sete dias por semana) em locais-chave de conservação”, disse o Professor Carlos Peres da Escola de Ciências Ambientais da UEA, segundo o relatório Eurekalert de 13 de novembro.

Tartaruga da amazônia (Wikimedia)
Tartaruga da amazônia (Wikimedia)

O estudo intitulado “Benefícios colaterais multiespecíficos de um programa de conservação baseado na comunidade amazônica” foi publicado na revista Nature Sustainability. A tartaruga charapa ou podocnemis exansa, em seu nome científico, atinge 90 cm de comprimento.

“Confiar em um punhado de funcionários do governo, que muitas vezes dependem de centros urbanos, para proteger cinco milhões de quilômetros quadrados de rios e florestas amazônicas é, na melhor das hipóteses, uma batalha perdida que até agora fracassou em grande parte”, disse o professor Peres.

Rio Juruá, afluente do Amazonas (Wikimedia)

A equipe, em colaboração com a Universidade Federal de Alagoas, Anglia Ruskin University e da Universidade Federal do Amazonas, propõe o novo governo para apoiar a conservação local para garantir o sucesso dos programas de restauração ecológica.

Os pesquisadores examinaram as espécies de animais nas margens de rios protegidos e desprotegidos ao longo de 1000 km do rio Amazonas.

“Agora, mais de nove vezes mais tartarugas nascem nestas costas do que em 1977, o equivalente a um aumento anual de mais de 70.000 descendentes”, diz o documento, de acordo com Eurekalert.

“De mais de 2000 ninhos de tartaruga monitorados em praias protegidas, apenas dois por cento foram atacados por caçadores ilegais. Por outro lado, em praias desprotegidas, os caçadores furtivos colheram 99% dos ovos dos 202 ninhos pesquisados ​​”.

O programa não só demonstra que as tartarugas tem sido beneficiadas pelo apoio local como também outras espécies como aves migratórias, o pássaro bico-grosso-tricolor preto (Pheucticus ludovicianus) e a gaivotinha (Sternula superciliaris) cor de areia e jacarés, golfinhos,  iguana verde e o peixe-gato grande.

Ao longo do rio Juruá, o programa de conservação comunitária de baixo orçamento é executado pela mesma população, que realiza uma vigilância de 24 horas durante os cinco meses de reprodução da tartaruga.

“Atualmente, seis milhões de pessoas na Amazônia brasileira dependem da natureza selvagem. Ao envolver as populações locais em práticas de conservação, pode aumentar a eficácia dos resultados de conservação e melhorar o bem-estar local “, disse o principal autor Dr. João Campos-Silva, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Federal de Alagoas, Brasil

“Encontramos grandes diferenças entre os resultados ecológicos e sociais deste programa. Mas há uma insatisfação generalizada expressa pelos guardas da praia, que têm muito pouco desempenho, por isso pode ser um trabalho perigoso.”


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